Colunas

Por que é imbecil consumir somente música cristã

“O que veio primeiro? A música ou a miséria? As pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, vendo vídeos violentos, como se a cultura da violência fosse consumí-las. Mas ninguém se preocupa se escutam milhares de canções sobre sofrimentos, rejeição, dor, miséria e perda. Eu ouvia música pop porque era infeliz ? Ou era infeliz porque ouvia música pop ?” (Rob Gordon, interpretado pelo genial John Cusack no filme Alta Fidelidade).

Dúvida recorrente em qualquer debate cristão, torna-se preocupante esta obsessão pela repulsa ao consumo de música que não seja de cunho evangélico. Como se isso fizesse sentido ou fosse verdadeiramente bíblico.

INCOERÊNCIA

Não faz sentido algum a alegação de que um cristão não pode ouvir músicas seculares. Os defensores desta idéia inclusive forçam a amizade alegando que Lúcifer era o responsável pela música no céu e, por isso, devemos consumir músicas apenas “consagradas”. Obviamente a bíblia não fala de coisas como Filmes, Novelas, Ipods e Youtube. Será então que todas as demais maneiras de se consumir cultura estão “liberadas”? Ou seria apenas hipocrisia afirmar que APENAS A MÚSICA seja o foco do problema.

Quer se abster de consumir cultura não-cristã? Isso sim parece coerente (embora idiota). Não veja TV, não assista Filmes, não use eletrônicos… e PELAMORDEDEUS não acesse a Internet. Deus tá vendo!

SANTO VERSUS PROFANO

Nosso conceito cristão-ocidental de sagrado e profano, além de idiota é também recente. Para um cristão do primeiro século, esta divisão (principalmente na música) não existia. O conceito de música cristã surgiu séculos depois, exatamente na época em que a Igreja mergulha em sua fase mais obscura (Idade Média).

Esse medo da contaminação é incoerente e biblicamente equivocado.

Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. (Marcos 7:15)

De igual modo, parece até hilário o fato de que o sacrifício de Cristo seja suficiente para remir a Criação, mas insuficiente para remir a cultura. Seria tal sacrifício “meia boca” demais pra remir TODAS AS COISAS?

Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda. (Romanos 14:14)

A verdade é que a corrupção não vem de fora. Ela está em nossos corações. É o nosso Passageiro Sombrio que não nos abandona. Porém não deveríamos nos abater com as aflições desta vida. Mas pela mortificação de nossa vontade, a cada dia Cristo vive mais visivelmente em nós.

Ou pelo menos deveria ser assim.

 

Sair da versão mobile