Colunas

PL 122: A “Benção” que chegou antes da VERGONHOSA igreja.

Vendo o alarido dos que ainda não se conformam com a tal lei a ponto de insistirem na guerra da moral e dos “bons costumes”- ambos duvidosos -, me lembrei de uma conversa que tive com meu irmão há uns 8 anos atrás…

Na conversa, eu dizia a ele entre outras coisas, que, apesar de tanta controvérsia em torno das “causas homossexuais” e a igreja, a lei que pudesse ser aprovada e de certa forma protegeria uma minoria, viria também por uma justiça de Deus ao oprimido…

 

Silencio…

Ele ficou calado e depois desconversou. Estávamos ao telefone numa conversa longa…

 

De lá pra cá, depois de tantas leis municipais aprovadas e outras, que se tornaram crimes, atos tidos como homofóbicos em outros países, sempre me vem à memória, não a conversa que tivemos, pois falamos de vários assuntos, mas sem dúvida, a frase que eu soltei em seu ouvido:

 

“Deus é justo e faz justiça ao oprimido… De uma forma ou de outra, ELE faz.”

 

Ele, um Pastor sensível até onde o conhecia, com toda certeza filtrou e guardou o que eu disse.

Se, “dialogou” com a ideia à luz do evangelho de Jesus, daí, eu não sei… Nunca mais falamos sobre o assunto.

 

Mas a igreja tem falado…

E como tem… Além de falado, tem combatido, guerreado (com um saldo de muitas “mortes”), com “estratégias” e forças que deixariam Lutero e os reformistas boquiabertos…

 

Mas para que fim? Qual a causa? Será mesmo pelo pobre e oprimido??

 

Para o oprimido, Jesus levou defesa, cura, amparo.

Para o pecador, Jesus levou descanso, alimento, e cura… Exatamente nessa ordem.

Para o pecador, Jesus não mediu amor e o surpreendeu, quando este, pensava estar condenado.

Ao pecador, Jesus deu o conforto de sua presença, deus seus ouvidos, comeu junto, ouviu suas dúvidas, queixas e dores… Ao pecador, Jesus perdoou, perdoou, perdoou e mostrou que continuava ali para dar todo o suporte que ele, o pecador necessitava.

 

Com o pecador, Jesus comeu na mesma mesa; e você sabe o por quê?

 

Porque quando sentamos com alguém para comer, estabelecemos um código de ética que é nos “nivelarmos” à pessoa.  Quando comemos com alguém, o coração deve estar com espaço, senão, a convivência é insuportável e a comida… “não desce”.

 

Em tempos de “defesa” da igreja em face de possíveis leis, onde está este pecador, este oprimido que quer, segundo a sua ótica,  a sua necessidade atendida?   Na mesa?

Não… Ele está do lado de fora, à margem… Não é de se espantar que, logicamente, queira sobreviver a seu modo.

 

Em tempos de uma Defesa insana por parte de instituições religiosas – porque a igreja de Jesus não precisa de defesa, Jesus a defende -, em tempos de “guerras”, onde “morrem” tanto os “pecadores”, quanto os que já se julgam “santos” por sua insólita “separação” do resto do mundo, os homossexuais ou, qualquer outro grupo que se levante em nome de uma defesa ao que entendem como dignidade, são vergonhosamente combatidos, ao invés de serem acolhidos… E eu, me entristeço…

Entristeço-me ao ver que a igreja, mal se dá conta de que, o homem que tem sua “dignidade” não assegurada, seja  qual for a causa,  nada mais tem, do que a falta do abraço amigo, a falta do comer junto, falta da mão estendida de Jesus através da igreja…

Falta da possibilidade de comunhão que trás a presença e o agir de seu Espirito; o único capaz de curar qualquer dor.

Me entristeço ainda mais por ver que a “igreja” se importa mais com a cura que seus olhos querem ver, do que com a dor de quem a sente.

 

Jesus se compadecia das dores alheias…  Por compaixão, parava enterros, e calava as línguas de religiosos, não dando ouvidos aos que o acusavam de comer com gente “maldita”…

 

E então, volto a me lembrar da fala ao meu irmão naquela noite:

“Deus é justo…” Ele se compadece e cuida dos que estão à margem… Ele pegas os “sábios” e os confunde pra mostrar a sua benignidade e favor…

Não estou eu, aqui, concordando com nenhuma prática pecaminosa… Principalmente, as práticas da igreja, que, tem nas mãos a verdade mas age como se não a tivesse… (Se é que você me entende…)

Estou aqui apenas fazendo uma análise e perguntando a mim mesmo e você:

A PL 122 é uma afronta ao “povo de Deus” ou é apenas a “benção”, ou um “alívio” que o mundo soube se dar?

 

Fica para você pensar…

 

Uma coisa é certa: Bênçãos da igreja, estes oprimidos não receberam.

 

 

Rogério Ribeiro.

 

Sair da versão mobile