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Piriguetes, piriboys e os exibicionistas de nossas igrejas!

Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem, de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. Romanos 8:5

Em artigo recente, construi uma argumentação sobre o mundanismo, intitulado: “Crentes com roupa decente e vida indecente”. Desenvolvi naquele conjunto textual uma primeira reflexão que tratou da interiorização das impurezas mundanas impregnadas em nossa natureza corrompida e, por conseguinte influenciável aos modos comportamentais. Ressaltei que há raízes do conseqüente mal moral em nosso eu interior, que há uma luta titânica do espírito contra a carne. Neste artigo quero abordar outro prisma do mundanismo – o mais tradicional dos pontos de vista ligados ao conceito; ou seja, comportamentos notadamente mundanos – deste modo também exteriorizei a questão e detive-me a observar o costume de vestir-se e de agir de alguns crentes frequentadores de nossas igrejas que estão encrustados no mundanismo com suas almas e na exibição de seus corpos.

Mas você, apresentando-se declaradamente como prostituta, recusa-se a corar de vergonha. Jeremias 3:3

Para o incômodo de uns e deleite de outros, dentro de nossas igrejas vez por outra, atravessa bem em frente aos nossos olhos um desfile de modas sem passarelas armadas; percebe-se um piriguetismo infiltrado e muito exibido por meio de corpos delineados por calças ou vestidos apertados, blusas muito decotadas, saias curtíssimas e maquiagem carregada de exageros e desarmonias na aplicação (os entendidos no assunto dizem que há variantes do piriguetismo, a ponto de ter estilos diferentes – cada uma). Nesse conjunto de inconveniências para o ambiente de uma igreja há também uma parcela da ala masculina, meio “piriboy” com corpo malhado ou marombado (nada contra aos que buscam condicionamento mais saudável), que com sua característica e peculiar camisa baby look e calça justa põem-se a exibir os músculos no que sugere pensarmos que é uma incitação aos desejos femininos. Será que na consciência dessa gente não há segundas intenções para justificar tal apelação? Mesmo que tenham coragem para admitir que se exibem para provocar mesmo o sexo oposto, essa manifesta sinceridade já seria um escrachado e inadmissível hedonismo à qualquer cidadão de bem. Não posso dizer que são culpados, mas é difícil aceitar que são inocentes ao se comportarem de forma tão provocativa e sugestiva à lascívia.

Eu a entreguei à vontade das suas inimigas, as filhas dos filisteus, que ficaram chocadas com a sua conduta lasciva. Ezequiel 16:27

Permita-me considerar que ninguém deve ser relapso com a aparência, asseio e apresentação pessoal só por conta de sua profissão de fé cristã, uma vez que a Bíblia não estabelece estilo, indumentária ou vestimenta padrão para os crentes. O que as Escrituras acentuam no modo de vida e trajes dos santos são decência, modéstia e honradez (1 Pe 3:1-7). O problema é que tem faltado pudor, temor e decoro no modo de trajar-se de muitos que vão a igreja. É muito estranho quando jovens usam vestuário e se comportam como anciãos e adultos se produzem como se fossem adolescentes. É óbvio que qualquer pessoa é livre para compor-se como quiser, mas será que para um cristão que tem as instruções da Palavra de Deus como regras de fé prática, mostrar-se indecoroso, extravagante e provocativo por conta de sua preferência pelas peças de roupas que têm no guarda-roupa de casa, seria correto?

Pelo contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranqüilo, o que é de grande valor para Deus. Pois era assim que também costumavam adornar-se as santas mulheres do passado, que colocavam a sua esperança em Deus. Elas se sujeitavam a seus maridos (1 Pedro 3:4-5)

Outro problema também de ordem mundana para muitas pessoas que “fazem parte” de igrejas locais e que vai para além de vestimentas é um tipo de coisificação e animalização do sexo oposto. Se o rapaz é bonito e de porte físico avantajado é chamado pelas moças de “bofe”, “colírio” e “pão”; se a donzela é atraente e com corpo em delineamento escultural é tratada como “filé”, “corpo de violão” e “vitaminada”. O pior é que há também aqueles que bestificam o oposto sexual, com considerações mundanas e desviadas de qualquer ramificação cristã; do tipo: “cavala”, “potranca”, “galinha”; ou moçoilas que no saltitar de seus hormônios tratam os homens em seus “papos de mulher” como seres animalescos e truculentos. Talvez você esteja estarrecido com o que acabou de ler; mas, seja sincero consigo mesmo; isso – vestes indecentes, olhares incandescentes e propostas descrentes – não são notadas cercando alguns que vão ao templo onde você congrega? Claro que sim! Querido, alguém precisa começar a falar sobre essas coisas, pois o mundo estará dentro da igreja quando estiver dentro das pessoas – e estão no coração e vida de muita gente; porquanto, proclame essa mensagem também em sua igreja!

Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Romanos 13:13

Será que estou errado em considerar que ir a igreja é apresentar-se a Deus com espírito reverente, alma ofertante e bom senso, este último demonstrado na conduta e nas roupas que encobrem nosso corpo a ponto de não permitir que ninguém fomente suspeita, componha observações inconvenientes e faça comentários inadequados a nosso respeito pela forma como nos vestimos e agimos? É claro que não é a roupa que leva qualquer um a ser salvo ou a ser condenado. Mas, vestir como ímpio que não conhece o poder transformador do Evangelho é estar inadequado com o meio em que se está inserido; afinal é um local consagrado; é a casa de Deus, um lugar de adoração que só pelo que representa já merece toda a nossa discrição e deferência (Ec 5:1-2). Pois que deixemos o exibicionismo aos frequentadores das praias, os decotes provocantes as boates e os olhares de flerte aos que não temem a Deus e não se respeitam a si mesmos, a seus namorados, noivos e cônjuges. Que Deus nos guarde do mundanismo sem vergonha, do piriguetismo e piriboysmo que tentam repugnar e inutilizar os bons costumes que seguem as doutrinas da fé e do comportamento cristão.

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