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Papa Francisco

No próximo mês de outubro Papa Francisco, com oito Cardeais por ele escolhidos, vão tentar colocar remendo novo em pano velho, uma imprudência segundo as Escrituras em Mateus 9:16.

O Catolicismo romano envelheceu e com a idade, segue o rumo natural das coisas da vida. Longe de mim arrumar uma briga entre protestantismo e catolicismo, porque não me revejo em nenhum destes grupos. Certa vez, perguntei a Justus Du Plessis, um Pastor sul africano que com o Bispo Roberto McAllister da Igreja Pentecostal de Nova Vida tinha um diálogo com o Vaticano, o quê que eles lá falavam?

Respondeu-me que como pentecostais que eram, ele se achava no dever desde o Concílio do Vaticano II de manter o diálogo na esperança de que o Espírito soprasse. Confidenciou-me, o Irmão do Mr. Pentecostes que havia cardeais batizados no Espírito Santo e que se mantinham fiéis à Igreja de Roma com o objetivo de influenciar uma renovação carismática que trouxesse frutos e o resultado foi que aconteceu que o Papa João XXIII afirmou que “era necessário abrir as janelas do Vaticano para que o Espírito soprasse”.

No meu entendimento a imprudência acima referida de pretender pôr remendo novo em pano velho, é porque não basta procurar moralizar os abusos e os desvios sexuais do clero e do alto clero, além de sanear as questões relativas a finanças. A igreja de Jesus Cristo renova-se se se mantiver fiel àquele que a fundou. É preciso haver honestidade intelectual para se compreender que a fundação da igreja, segundo as Escrituras, não permite outra autoridade que não seja Aquele que com o Seu Sangue firmo Aliança Eterna dos redimidos, embora ausente aos olhos está presente pelo Espírito que é quem nos fala.

A queda do catolicismo romano não pode ser vista como a queda da igreja e quero com isto dizer que não são todos os católicos que estão em declínio porque Jesus é Senhor de todos aqueles que O confessam.

É notável a estrutura e a organização que o catolicismo romano implantou, baseado no direito e na administração do Império Romano. Admito que se deve a esta nomenclatura a longevidade até ao presente século. Porém os odres velhos não suportam o vinho novo da mesma forma como os que não sabem cuidar da vinha serão substituidos por quem cuide dela e isto segundo decreto do Senhor da Vinha.

O catolicismo romano atravessa períodos muito sombrios e basta dizer que a Europa reflete este estado de espírito. Na Áustria, por exemplo, cinquenta mil católicos renunciam à igreja e pedem para que os seus nomes sejam retirados dos arquivos de batismo.

Até aqui no Brasil que é apontado como o maior país católico do mundo e isto com cerca de 64% da população, na realidade só 7%, no máximo são católicos fervorosos e fiéis à doutrina que professam. Segundo um importante e responsável padre existe muito folclore e será necessário cerca de dois séculos para que a Igreja Católica Romana recupere a confiança daqueles que a abandonam aos milhares.

O pano velho não pode ser substituido e não há remendo com o qual o Papa Francisco possa remendar. O único sacerdócio é o de Melquisedec ao qual todos que foram redimidos estão consagrados, segundo a Carta aos Hebreus.

Reconheço o trabalho sincero e honesto de muitos padres e católicos que conheci. Aqui no Brasil, um outro jesuita, Padre Antônio Vieira, deixou marcas da presença de Cristo nos Indígenas. É pena que seus sermões sejam pouco conhecidos das novas gerações. Conheci em África missionários católicos que resolveram viver à maneira africana, entenda-se, em palhotas, habitação muito primitiva e isto para que o nome de Jesus fosse anunciado.

Também reconheço que a Igreja Católica Romana tem uma obra notável na monumentabilidade das chamadas igrejas e que desenvolveu a cultura e o ensino além de obras de misericórdia pelo mundo fora. Por fidelidade a ela, no século XVI, trinta e quatro frades foram crucificados no Japão.

Creio que todos os cristãos serão movidos por Deus, não para escarnecer de uma instituição, porque como eu escrevi há uns dois meses aqui em Colunas “Fumo no Vaticano”, “aquele que está de pé veja que não caia”.

É o momento para todos os cristãos reflectirem que a igreja é um organismo vivo e não uma organização. O Vinho é mais importante que a estrutura, que embora útil, não pode suportar a força que o Vinho Novo tem.

 

Fraternalmente,

casal com uma missão,

Amilcar e Isabel Rodrigues

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