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Os novos rumos da Igreja Deus é Amor

A Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) passa por mudanças estruturais, de reposicionamento frente aos desafios representados pelo não investimento em grandes mídias e dos desafios doutrinários e litúrgicos. Mudanças recentes, como a troca das fachadas das filiais da IPDA por placas que veiculam a imagem de Miranda e sua coleção de cadeiras de rodas, e o investimento em propagandas em meios de comunicação como o jornal Metro, do Grupo Bandeirantes, demonstra que há uma inclinação no sentido de “modernização” e “abertura” da Igreja às mídias.

Panfletos com a imagem veiculada nas fachadas também são usados no trabalho de evangelismo e divulgação das filiais da IPDA. A permissão, aos membros, de acesso à Internet também representa um avanço e uma iniciativa que poderá conduzir a outras mudanças igualmente importantes. A tendência é de que a IPDA siga o caminho de outras igrejas pentecostais igualmente conservadoras, como as Assembleias de Deus, que aos poucos liberou o acesso aos meios de comunicação – como a televisão –, além de não mais exigir ou impor regras de vestimenta.

A idade avançada de David Miranda e a crescente necessidade de substituição na presidência mundial da IPDA também são fatores que irão pesar em futuras mudanças. Recentes posicionamentos veiculados na Circular Interna da Diretoria de Obreiros, de 8/9/2013, trazem as mais recentes mudanças e polêmicas internas da IPDA. São proibidas campanhas antibíblicas, como corredor de fogo; varões de branco, toque do anjo, desmancha de macumba; meninices e modismos, como pular, dançar, reteté; unção de objetos, como fotografias, votos (envelopes), peças de roupa. Ao mesmo tempo, o regulamento da IPDA adverte quanto ao perigo do misticismo.

Outras mudanças igualmente interessantes é a criação do Curso Teológico de Formação de Obreiros – uma medida concebida com o objetivo de que os obreiros da IPDA não ingressem em cursos teológicos de outras denominações, como das Assembleias de Deus -, proibição de cultos ou orações em montes. Das mais polêmicas, destaca-se a adoção de salvas modelo boca de lobo. “A Diretoria, na preocupação e cuidado em proteger as ofertas e os dízimos dos membros, obreiros (as) e visitantes, designou a utilização de salvas com lacres padrão, de cor azul-clara, de modelo boca de lobo, para serem utilizadas em todas as IPDA’s Setoriais, Sucursais e anexos em todo o Brasil e exterior. Assim temos conseguido evitar, em grande parte, o desvio de ofertas depositadas, nessas salvas padrão, antes de chegar ao cofre das igrejas, “pois era o que vinha ocorrendo”, declara a Diretoria na página 59 da Circular, que também passa a exigir o uso de lacres nos cofres.

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