O Prêmio Areté, uma tentativa de Oscar do mercado editorial evangélico brasileiro, em sua edição de 2012, homenageou um defensor confesso da poligamia (po-li-ga-mi-a), entusiasta da “teologia” comunista da “missão integral”, e com uma história marcada pela atuação em favor do partido que impôs ao Brasil o aborto de anecéfalos, a mordaça gayzista, o mensalão, e as alianças com o narcoterror vermelho das FARC, Chávez e Fidel, por meio do Foro de São Paulo.
Eis o premiado: Robinson Cavalcanti, assassinado brutalmente pelo próprio filho há poucos meses. Morte trágica, lamentável, não menos estarrecedora do que o legado que Cavalcanti deixou, por conta de posturas intelectuais para lá de heréticas e pecaminosas, que nortearam desde a produção de seus artigos à sua mentoria ao movimento que contaminou a igreja evangélica brasileira com o esquerdismo grosseiro da Era Lula, com seus chavões, relativismos e revisionismos, além dessa confusão nefasta e corruptora entre santidade e a mera afetação moralistóide do politicamente correto, essa hipnose semântica e comportamental com a qual a esquerda vai impondo sua revolução cultural e inutilizando a consciência de pastores, líderes, artistas, ministros e ovelhas.
Eis o premiado: Robinson Cavalcanti. Seria essa homenagem um desagravo ante sua morte? A homenagem significa algo. Certamente. E o que significa a morte desse homem? Nada? Aos liberais teológicos, fãs fiéis desse demiurgo do socialismo gospel tapuia, pergunto: o que esta morte significa? O “amorrrrr” de Deus que vocês evocam de forma cada vez mais caricata e afrescalhada? Aos meus irmãos defensores da boa e velha ortodoxia evangélica, pergunto: o que o assassinato do bispo vermelho representa, diante de toda a estrutura de uma realidade criada e comandada por um Deus soberano, maravilhosamente amoroso em sua graça, mas que reitera nas Escrituras o caráter retributivo de sua justiça?
Sim, o significado pleno dessa morte horrorosa, sim, só o Senhor sabe. Mas não me venham com agnosticismo de shopping center. A pergunta se impõe.
Eis o premiado: Robinson Cavalcanti. Premiado, notem, pela fina flor da divulgação teológica e cultural da igreja evangélica brasileira, dias após ser reapresentado, para toda a internet evangélica lusófona, o soturno e revolucionário modus pensandi com que o bispo socialista defendia “teologicamente” a poligamia, no livro “Libertação e Sexualidade”.
Vivemos num mundo repleto de significado, criado por um Deus artista, perfeito, amoroso, soberano e justo, que se comunica com o homem por meio das obras criadas, dos fatos incontestáveis e da ação do Espírito Santo. Evoquem-No, e perguntem: o que significa esta morte? Por muito menos, já vi atribuírem os significados e as motivações mais bizarras a todo o tipo de atitude tomada por cristãos. Vejo isto sempre, eis um vício nacional. Agora, quero ver. Que tal atribuírem motivações e propósitos ao Senhor Deus para uma morte como essa, de uma figura como essa, com uma obra como essa?
E não me iludo. As desconversas são previsíveis. Afinal, não são poucos os sofistas frívolos, bem posicionados na hierarquia das grandes editoras, que estão muito confortáveis com a atual situação. E eles têm seus agentes na blogosfera.
Eis o premiado: Robinson Cavalcanti. Que chorem pela morte de um homem que amavam, ainda que tenha sido amado pelos motivos mais questionáveis. Chorem, lamentem o fim brutal de uma família. Mas chorem também por não terem chorado quando alguém que desprezou e afrontou as Sagradas Escrituras num de seus pontos mais elementares foi tratado com honrarias pelos que deveriam repreendê-lo, e jamais o fizeram. Do padrão estabelecido por Deus para a família à deturpação de toda a cosmovisão cristã em nome de uma ideologia anticristã na origem, fundamentos, meios e fins, Robinson Cavalcanti teve participação ativa, como um general. E homenageando a este corruptor, a elite do mercado editorial evangélico consentiu na corrupção doutrinária.
Temos a obra: uma tragédia. Temos o crime, a morte: outra tragédia. E temos o prêmio, trágico, mas não diferente das tragédias clássicas em seu poder elucidador: fica evidente, mais uma vez, a desfaçatez de certos setores da elite editorial dita evangélica, o silêncio pusilânime dos que deveriam se opor à farsa, e a cegueira acerca do nosso real estado enquanto Igreja. Fica óbvia a perda generalizada do senso de sã doutrina, do que é o zelo pela Palavra de Deus, e do que realmente é o amor a Ele, e que vem dEle: pois as novas ovelhas e as vindouras têm diante de si o mau exemplo levado à glória, apenas para que o lobo alfa morto seja visto com a mais tenra irmãzinha do rebanho. Preparada está a armadilha para que sejam abatidas no altar da mentira ideológica, da distorção abusiva de preceitos bíblicos elementares, e da relativização do que Deus estabeleceu para a família.
E é por isto que devemos chorar por nossas ovelhas, por nossa igreja. “Areté” é uma palavra grega que significa excelência, virtude, qualidades nobres da alma, da inteligência, e retidão moral. A homenagem ao bispo vermelho entusiasta da poligamia denota o perfeito contrário do que “areté” pode significar. E o quanto temos chamado, na produção cultural evangélica brasileira, o mal de bem, o repulsivo de louvável, e sequer atentarmos para isso.