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Obrigado Rubens Teixeira

Rubens, obrigado por sua contribuição e gentileza ao demonstrar como deve ser um debate de alto nível. É bom para a democracia e garante aos leitores pontos de vistas diferentes. Somente ficamos chateados por conta de investidas contra nosso trabalho, nossas contribuições neste portal. Você, diferente de outros por aqui, compreendeu que a nossa análise era no sentido de encontrarmos caminhos de combate ao narcotráfico.

Obviamente que, como ministro do Evangelho, não apoio o consumo de qualquer que seja a droga. No entanto, alguns interpretaram mal nossa posição, alegando que estávamos defendendo o uso. Não é o caso. Citamos o exemplo dos EUA como uma base a ser analisada e obviamente que, ao tratarmos de ideias, de teorias de tratativa social, há prós e contras, não sabendo ao certo qual será o resultado na prática. No entanto, o importante é estabelecermos debates, propormos mudanças para melhoria de nossa sociedade. Precisamos nos unir, com honestidade, ética e respeito mútuo.

Nosso objetivo, também, foi o de provocar ideias, reflexões sobre temas que ainda são tabus em nosso meio. Portanto, com sua contribuição ampliamos ainda mais o debate, de forma ética, respeitosa e com base apenas em argumentos. Precisamos de pessoas assim: que busquem compreender os fatos de forma analítica, com base em ideias, em argumentos sólidos.

Mais uma vez gostaria de esclarecer que não sou a favor do consumo, mas de uma nova forma de encararmos a problemática em torno das drogas. Sou professor da rede estadual de ensino em uma área de grande violência e lido diariamente com famílias e alunos atingidos pelo tráfico. Sei do sofrimento de mães que perderam seus filhos devido dívidas com traficantes, ou mesmo por envolvimento direto. Segundo dados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e disponíveis online, no mundo, a Indústria da Droga movimenta mais de 400 bilhões por ano; 20.000 brasileiros morrem a cado ano em decorrência do consumo de entorpecentes ou de crimes relacionados ao tráfico; em 1997 foram assassinados na capital paulista 247 menores com idades entre 10 e 17 anos, sendo que 80% das mortes estavam relacionados com a venda e o uso de drogas. Realidade!

Veja, estamos lidando com uma calamidade pública e a questão do Estado fraco como se aplicaria aos EUA? Colorado e Washington decidiram pela legalização e há indícios de que outros estados irão aderir ao projeto. Na Holanda, houve uma redução significativa de envolvidos com drogas, menos até que a média do continente europeu. Portanto, entendemos da seguinte maneira: tráfico – uso – dependência – violência – assassinato – corrupção, ou seja, é uma cadeia de eventos sequencias que afetam a sociedade de diversas formas. E a grande questão é: maior investimento no combate ao tráfico irá resolver a situação? Então como explicar o fato de os EUA ser o “maior consumidor de drogas do mundo”? Se agências de inteligência, FBI, e outros órgãos de repressão e investigação não conseguiram até então resolver o problema das drogas, como o Brasil, com seu parco investimento em inteligência, em segurança pública, com índices de probleza, de exclusão social, conseguiria encontrar uma saída? São questões para serem discutidas de forma ética.

Para finalizar, desejo que nosso histórico de contribuições com o Gospel+, com artigos que tiveram ampla repercussão aqui e em outros meios de comunicação, fossem levados em conta por nossos leitores e colegas de redação. Oferecemos, ao longo destes últimos meses, ótimas análises e defesas do movimento evangélico brasileiro, embora as vezes revelando certas deficiências de alguns grupos, como os neopentecostais, problemas entorno de nepotismos. Enfim, temos tentado oferecer conteúdo de qualidade, com informações precisas e espero que os mesmos que aqui abertamente nos atacaram, nos rotularam tenham lido nossas contribuições, nossas análises.

Travo duros combates em emissoras de rádio, televisão, impressos, nos quais faço uma defesa intransigente do movimento evangélico brasileiro, inclusive fornecendo dados específicos. Atualmente estamos fazendo um amplo levantamento da presença evangélica no ABC paulista, por meio do qual iremos reconstruir sua história e apresentar sua atual dinâmica regional. É algo inédito em nossa Região e terá publicação em 2015. Nosso comprometimento com a igreja evangélica também pode ser visto quando rebatemos duramente dados divulgados pela BBC Brasil que mostrava números absurdos de membros de igrejas inclusivas, e dá ideia de que eles são evangélicos. São contribuições que enriquecem em muito nosso segmento e merecem respeito.

Se nossos amigos leitores não concordarem com algumas ideias aqui debatidas, por favor pedimos que travem uma batalha de ideias, de argumentos, de dados, sem rotulações, apontamentos. Enfim, vamos manter um bom debate e respeitar quem tão duramente fornece informações precisas aos leitores, como uma análise que estamos desenvolvendo sobre a presença de religiões orientais na cidade de São Paulo, como um desafio à igreja evangélica. São contribuições sérias.

Senhores (as) nos perdoem se em algum momento não conseguimos nos fazer entender, se não traduzimos para o meio evangélico nossas análises debatidas em meios acadêmicos. Iremos dar continuidade ao nosso projeto de entendimento da presença religiosa no Brasil como vinhamos fazendo em outros estudos. Estou à disposição de nossos leitores (as) e deixo claro que também sirvo ao Senhor, ministro o Evangelho, compartilho com grupos de estudo porções da Palavra.

Fiquem na paz de Cristo,

seu irmão em Cristo Johnny Bernardo

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