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Qual o objetivo da Irmandade Muçulmana

A Irmandade Muçulmana é um dos movimentos mais antigos do mundo. É também o mais influente em todas as sociedades islâmicas. Fundada em 1928 no Egito como uma organização política, social e religiosa, defende a união dos estados islâmicos sob o governo de um único chefe, geralmente uma autoridade da religião (Califa).

O Objetivo da Irmandade é instituir o Alcorão e a Sunnah como as únicas fontes de legislação. Além disso, o movimento é conhecido por utilizar a violência e a Jihad, para convencer e alcançar seus objetivos.

Com simpatizantes em todo o mundo, a violência nem sempre é arma preferida a ser usada. No Brasil, por exemplo, a irmandade é atuante. Disfarçada de sociedade benevolente, assume cada vez mais uma postura política e humanitária, aumentando assim significativamente seu número de adeptos.

Lembro-me de que a Irmandade foi uma das primeiras coisas que aprendi a “temer” no Oriente. Nos meus primeiros anos, aprendi também que a palavra “missionária” era proibida, pois a Irmandade tinha ouvidos e bocas em todos os lugares, reprimindo atividades evangelísticas e monitorando igrejas e grupos cristãos minoritários. Missionários e pastores locais (que até hoje são reprimidos) eram cassados sob pena de sofrimentos reais. Coisas ruins aconteciam.

Apesar da liberdade da religião “garantida” na constituição, eles é que mandavam no país. A manipulação da vontade de Allah atingia a forma de vestir, de adorar e todo o conjunto de normas e regras sociais. Lembro-me de muitas vezes em que eu e os jovens árabes de minha congregação sofremos preconceitos nas ruas. Lembro-me também do interrogatório pelo qual passei e dos inúmeros “novos convertidos” e simpatizantes do Evangelho que de mim se afastaram.

Hoje a Jordânia pode ser a próxima bomba a estourar na região. O povo nas ruas demonstra descontentamento e anseio por experimentar o que é um sistema de governo sem a pressão do radicalismo.

No Egito, contudo, o povo está dividido entre os que rejeitam o sistema secular “satânico” e os que não querem conviver mais sob as regras dos incompassivos religiosos. Cristãos mais uma vez sentem-se pressionados no meio da disputa. Sempre são alvos fáceis. Eles no entanto, querem apenas a paz e pedem a liberdade.

A situação é tão complicada e tão instável que temo estar vendo o nascimento de um novo Iraque. Este foi deixado à poeira do deserto para “sozinho” tentar se reerguer em meio aos conflitos tribais e explosões diárias de carros bomba. Serão necessários anos e o nascimento de novas gerações que rejeitem o conflito do passado e decidam pela paz. Porém, em se tratando de cultura árabe, isto não será tão fácil, pois a promessa da Irmandade Muçulmana é libertar Jerusalém e destruir o povo judeu. E eles não descansarão. São o povo do deserto. Não desistem fácil. E afinal, é a Causa Palestina que ainda une muçulmanos nominais, seculares e radicais de todo o mundo. Quando você acha que isso vai parar? Como será que vai parar?

Meus colegas do Egito estão vigilantes. Mesmo com filhos e famílias grandes, os missionários persistem em permanecer na região.

Já na fronteira da Jordânia com a Síria, os obreiros estão temerosos. Como se já não bastassem os conflitos que de tão perto provocam o fechamento dos postos de imigração e impedem a fuga dos refugiados que estão desesperados, agora é a própria cidade que se desestabiliza. A irmandade está lá e se manifestando. Contudo, se nesta pequena nação, tão importante para salvaguardar as fronteiras de Israel e demais da região, ela logrará sucesso, não sei. Só nos resta esperar e orar.

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