Por @RubensTeixeira
A PROPOSTA DO ‘DINHEIRO VIRTUAL’
No dia 20 de março de 2015, ao ser questionado em uma rádio secular do RJ de altíssima audiência se o aumento da pena para o crime de corrupção seria a solução para este problema endêmico no Brasil, respondi que acreditava que não. Isto porque a corrupção migra de um setor para outro, muda de modelo e está entranhada na sociedade brasileira. Não é à toa que estamos entre os países mais corruptos do mundo.
A seguir, naquela oportunidade, tornei público projeto da implantação da base monetária virtual (dinheiro virtual), defendido por um grupo de três analistas do Banco Central do Brasil, que também são doutores em economia, engenheiros e com experiência em vários departamentos da instituição. Sou um dos três.
Como mais de 50% das operações de compra e venda já são feitas por cartão de crédito ou débito, o hábito da sociedade já está bem avançado neste aspecto, o que não traria grande impacto para adaptação do projeto. O ‘dinheiro virtual’ eliminará o custo altíssimo de produção, distribuição e recolhimento de cédulas e moedas pelo Banco Central. Reduzirá o custo logístico dos bancos, incluindo distribuição e segurança. Eliminará assaltos a bancos, a carros fortes, a caixas-eletrônicos, saidinhas de banco e outros crimes correlatos.
BENEFÍCIOS DO ‘DINHEIRO VIRTUAL’
A implantação deste projeto fará com que todo o dinheiro seja rastreado. Se alguém movimentar criminosamente algum recurso, além de ser percebido, a operação poderá ser facilmente revertida. Isto inviabilizará a corrupção política, lavagem de dinheiro por empresas, ONGs, instituições religiosas etc., além de assalto, sequestro ou outros crimes. Na verdade, todos os delitos que envolvem dinheiro levarão um duro golpe. Ou seja, inviabilizará uma série de crimes que contribuem para a destruição do bem estar da sociedade brasileira, reduzirá o custo para o cidadão e propiciará melhor segurança para toda a população.
Evidentemente que a implantação do ‘dinheiro virtual’ seria gradual e durante algum tempo pode ser necessário o uso de pequenas quantidades de cédulas e moedas para operações de baixo valor (negócios simples, como os serviços de engraxate, vendas de pequeno valor ou mesmo a doação de uma esmola), além das limitações da implantação em lugares de difícil acesso, onde poderão ser usadas cédulas e moedas convencionais até que se viabilize o novo modelo em todo território nacional. Portanto, merece destaque que algumas forças serão contra a implantação do ‘dinheiro virtual’, como os beneficiários da corrupção política, lavagem de dinheiro, setores do sistema financeiro que se beneficiam de alguma forma do status quo atual e outros criminosos que serão inviabilizados com a proposta. Ainda não identifiquei grupos de boa fé que possam ser contra por outras razões, mas certamente se o forem, que apresentem seus argumentos de forma clara como nós os defensores temos feito na defesa da proposta.
COINCIDÊNCIA?
Ao final da minha exposição radiofônica naquele 20 de março, desafiei os corruptos a colocar ‘dinheiro virtual’ na mala. Convidei também os políticos honestos a me ajudar na defesa deste projeto. Sete dias depois, fui destituído da função de diretor financeiro e administrativo da Transpetro (Petrobras Tansporte), cargo que exerci por 7 anos. Não ter me envolvido neste escândalo que destruiu fortemente o valor da Petrobras e afetou a reputação do país em todo o mundo não foi mais do que a minha obrigação. Todos os cidadãos são obrigados a cumprir a lei e não é favor cumpri-la.
O ‘DINHEIRO VIRTUAL’ E A BESTA
Contudo, o que me chamou a atenção é que alguns cristãos honestos me perguntaram com delicadeza se esta proposta do ‘dinheiro virtual’ não teria a ver com a besta. Nestes casos, minha resposta tem sido rápida e objetiva. Para torná-la pública, resolvi escreve este artigo. A besta não é uma tecnologia, mas vai usar toda tecnologia existente e atuar depois do arrebatamento, segundo a Bíblia. Ninguém vai ‘inviabilizar a besta’. Mas se alguém quiser fazer isso, deve se abster do uso de cartão de crédito, de débito, de códigos de barras e outros códigos, do computador e de toda a tecnologia disponível. Eu acho melhor usá-las para o bem estar social e quem ficar após o arrebatamento que se resolva com a besta.
OS QUE FAZEM O POVO DE BESTA
Enquanto isso, aponta-se como corruptos alguns políticos, empresários e executivos. De fato, há muitos e têm sido punidos por conta disso. A Polícia, o Ministério Público e o Judiciário têm se esforçado para cumprir suas missões neste aspecto. Mas, na verdade, a corrupção está entranhada em setores da sociedade que trocam voto por dinheiro e constrangem políticos ou candidatos em períodos eleitorais a fazerem loucuras prometendo-lhes apoio político. Alguns políticos, sequer são constrangidos: na verdade, são corruptos conhecidos e estão sempre à busca de cidadãos e líderes corruptos dispostos a apoiá-los em troca de algum ‘melado’. Não preciso me empenhar muito para deixar claro que a corrupção está também em templos religiosos, nos mesmos níveis que ocorrem em governos e empresas que se submetem a isso, na maioria das vezes, sem a ciência dos membros das igrejas.
A corrupção no meio religioso tem sido vitoriosa em seus intentos, lamentavelmente. Líderes, que por motivos que eles devem saber explicar melhor, apoiam políticos envolvidos até o último fio de cabelo em corrupção sem questionar-lhes, exigir explicações, e os blinda de serem questionados pelos fiéis. Conhecidos religiosos têm sido envolvidos em escândalos e até punidos, envergonhando suas comunidades, menos os ‘líderes’ que os apoiaram ou apoiam. Estes não podem correr do jogo porque são parte dele. Quando se trata de um partido ‘de oposição aos evangélicos’, devem ser execrados por conta da corrupção, gravam-se vídeos, fazem-se pregações e palestras demonizando-os. Quando o corrupto frequenta púlpitos, daí desvia-se do assunto, afirmando ser final dos tempos, apocalipse, ou faz-se aquele silêncio cínico, ou são usadas algumas conversas fiadas gospel para proteger o ‘irmão enlameado’.
Enquanto isso, há filas intermináveis de doentes de câncer esperando diagnósticos enquanto a doença avança, outros esperando outros exames, doentes pelos corredores em hospitais sem leitos, estudantes de escolas públicas, em sua maioria, preparando-se para o desemprego e subemprego pelo baixíssimo nível de ensino, falta saneamento básico em muitos lugares, falta água próximo à maior adutora do mundo, na Baixada Fluminense, e em tantos outros lugares do Brasil.
Há uma força alienatória enorme, com propósitos obscuros, que atua por meio de algumas emissoras evangélicas e líderes religiosos que se imiscuem com a vida política e empresarial sem a menor transparência, enquanto apontam mentirosamente para a besta que virá após o arrebatamento ou outros temas que tiram o foco dos reais problemas da sociedade brasileira, incluindo os cristãos.
CONCLUSÃO: SER PRUDENTE COMO UMA COBRA OU COMO UMA BESTA?
Alerto aos que, mesmo de boa fé, querem ‘dificultar’ a vida da besta, que Deus é soberano e quem conferirá poder a ela será o próprio Deus. Não tente entrar no meio que seu esforço será nulo. Mas entenda que sua mão é marcada por Deus no ventre de sua mãe, com as marcas que o líquido amniótico fez em seu dedo de forma singular. Juntando suas digitais, a leitura da íris dos seus olhos, seu DNA e qualquer chip que contém seus dados, a dois passos chega a você, portanto você já é marcado, e não foi pela besta, mas por Deus.
O propósito do ‘dinheiro virtual’ é para que todas as operações financeiras feitas por qualquer pessoa sejam rastreáveis. Coincidentemente, é o mesmo que a Bíblia afirma ser o propósito de Deus quando marcou a mão de todos nós em Jó 37:7: “Ele sela as mãos de todo o homem, para que conheçam todos os homens a sua obra”. A besta usará inclusive esta marca. Embora tenha consciência da boa fé de muitos cristãos que se preocupam com este tema, alerto que, muitas vezes, esses argumentos são usados para alienar pessoas inocentes e esconder corrupção, desrespeito e desmandos praticados por quem quer usar a sua boa fé para lhe fazer de ‘besta’. Veja o que Jesus ensinou em Mateus 10:16 de forma clara e objetiva: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas”. Quem não age como serpente em termos de prudência é desobediente e ainda é visto como ‘besta’.
Rubens Teixeira é coautor do livro “Desatando o nó do crescimento econômico: propostas econômicas e jurídicas para o sistema financeiro nacional”, juntamente com Henrique Forno e Márcio Araujo. É doutor em economia (UFF), mestre em engenharia nuclear (IME), pós-graduado em auditoria e perícia contábil (UNESA), formado em Direito (UFRJ) com aprovação para a OAB/RJ, engenharia de fortificação e construção (IME) e bacharel em ciências militares (AMAN). É escritor, radialista, professor e palestrante.