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#MaconhaNão: Rede FALE faz apologia à descriminalização da Maconha. Saiba porque sou contra

Ao ouvir a notícia de que a Rede Fale foi até a presidenta Dilma e fez o vexame de encaminhar um documento assinado por mais de 100 pastores que são a favor da descriminalização da maconha, faço aqui um alerta como profissional de saúde mental e coordenadora de uma campanha nacional com mais de 18 audiências públicas oficiais realizadas e mais de 15 debates – fora entrevistas à CBN, Rádio Câmara , emissoras regionais da TV Globo, Record, entre outras – sobre os prejuízos físicos intelectuais da maconha.

Fico muito preocupada com a falta de conhecimento técnico de saúde pública de alguns “líderes” em negligenciar o quanto o organismo de um ser humano é afetado pelas drogas, não somente no aspecto físico e/ou psíquico, mas nas quatro dimensões onde a droga o afeta bio/psico/social e espiritualmente.

Não há conflito da ciência e sim de cientistas que seguem a linha humanista  do relativismo social que propaga a cultura da morte em nosso pais, e que acredita que usar droga é um direito do cidadão, mesmo que essa droga o leve a morte e/ou a destruir seus vínculos afetivos com a família ou cônjuge, por exemplo. Me surpreendo ao ver pastores fazendo defesa da legalização, sem ter o conhecimento, por exemplo, de que pelo menos 20% dos adolescentes que usam maconha acaba com o sistema nervoso central afetado negativamente, trazendo  transtornos psicológicos e psiquiátricos graves, inclusive alguns como esquizofrenia que é uma doença mental grave.

Creio que a falta de conhecimento e a competição entre lideranças está tomando um rumo sem volta. Não podemos de forma alguma seguir uma mídia que, por exemplo, negligencia a saúde mental e física da sociedade. Vergonha é o que senti com essas declarações dessa Rede FALE . Fomos chamados para ser luz e não trevas. As drogas tiram o poder de escolha do ser humano e para escolher Deus eu preciso desse poder.  Como profissional, achei irresponsável  essa ação, e como mulher de Deus só temo pelo futuro do Evangelho.

Abaixo segue algumas das tantas verdades sobre o porque não devemos descriminalizar e/ou legalizar a Maconha e outras drogas. Espero que com essa leitura os ignorantes no assunto percebam a gravidade de se legalizar drogas em nosso Brasil. A igreja deve apoiar cultura de vida e não de morte.

Resumo

Entendemos na prática clínica e em conhecimentos científicos, que a Maconha faz mal à saúde sim, e não é droga inocente, como tentam dizer os seguidores do senhor ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defensor fervoroso dessa erva canabis sativa.  Pode sim causar dependência e é porta de entrada para outras drogas ilícitas. O que vemos hoje, não é uma preocupação honesta com a população que usa drogas ou com a violência gerada por ela, e sim uma preocupação egoísta com o vício pessoal de muitos e o interesse político por trás dessa disfarçada descriminalização.

Muitos argumentos seguros temos para contrapor essa legalização disfarçada de descriminalização, mas colocarei de forma clara e objetiva apenas alguns, enquanto profissional da área.

Dizer que a droga não faz mal a saúde  ou minimizar esse poder destrutivo comparando-as com outras drogas é um delírio, pois cada droga tem sua significância e suas substâncias, que fazem mal  de forma devastadora à saúde física e mental, aliado ao fato da Maconha ter uma ligação direta com aspectos que vão além de prejuízos físicos, ligados à zona de prazer emocional do cérebro, onde toda a motivação humana para o bem se concentra. Nesta zona de prazer emocional cerebral é onde ocorre a busca de motivos para viver em harmonia. O desequilíbrio dessa instância é que pode nos levar a uma dependência psicológica existencial muito grande.

Maconha faz mal sim à saúde física e mental, afeta o social, principalmente a família, pois quebra vínculos afetivos, destrói relacionamentos, desmotiva as uniões, e serve de modelo negativo para os filhos, que podem usar drogas em decorrência dessa influência.

Quando esses filhos ainda são muito jovens têm  sua estrutura emocional e seu sistema nervoso central ainda  em formação física e psicológica, devido a isso, podem  desencadear  transtornos  psicológicos gravíssimos como esquizofrenia e surtos psicóticos, afetando a memória em várias instâncias, tais quais, o pensamento cognitivo, coordenação motora, a lentidão da percepção, prejuízos na memória a curto, médio e longo prazo, podendo causar  uma  crise amotivacional, que é facilmente constatada  na escola, com notas baixas e perda de ano letivo.  Enfim, nem apologistas e defensores da descriminalização conseguem negar o que a ciência e os profissionais que atuam no tratamento de abusadores de maconha e/ou dependentes de Maconha evidenciam e provam por pesquisas ou em atendimentos práticos em consultórios.

Saúde física e psicológica

A Maconha afeta a memória, pensamento lógico, percepção, coordenação motora, cognição, empobrece os neurônios, diminui a capacidade de raciocínio e pode desencadear a esquizofrenia, além dos problemas emocionas já citados, etc.

Crise amotivacional

A crise amotivacional provocada pela Maconha em adolescentes, crianças e jovens já seria motivo suficiente para a não regulamentação da descriminalização, pois impede o crescimento mental de nosso jovens e afeta diretamente desempenho escolar .

Uso medicinal

Existem medicamentos testados em laboratório e aprovados pelo Ministério da Saúde, com propriedades medicinais muito mais intensas e seguras que a Maconha, não havendo necessidade de colocar a população em tamanho risco. Além do que, os efeitos negativos  cognitivos, físicos, motor não justificam seu uso.

Liberação do álcool e cigarro

O cigarro e o álcool são evidências que a legalização da droga não funciona. Hoje estamos encurralados com o vício do álcool. Financeiramente, nosso país está vivendo as consequências devastadoras desse vício. Fumantes custam 338 milhões somente no tratamento do Sistema Único de Saúde (SUS), gastos com a consequência do uso e abuso do cigarro, fora mortes, prevenção, etc.

Pensamento perverso

Quem financia o tráfico é o usuário de droga. Quem estimula o vício são essas campanhas da descriminalização que tratam a maconha como droga leve, sem levar em conta o poder do vício e as consequências de quem não sabe ainda se defender (crianças). Isso expõe inocentes ainda mais às drogas.

O tráfico não acabará

O tráfico não depende somente da Maconha para sobreviver. Ela é apenas uma das fontes de renda dos traficantes. Liberar a Maconha não abalará o tráfico, todavia, aumentará o tráfico e incentivará o uso de outras drogas mais pesadas. Nem a prisão do maior traficante dos últimos tempos pela Equipe do delegado federal Franscischini, hoje deputado, afetou o tráfico internacional. Ou seja, a Maconha é muito pequena perto do universo chamado drogas .

Potência da Maconha

A maconha de hoje é 10 vezes mais potente que a maconha de ontem , causando muito mais dependência.

Maconha causa câncer, sim

A maconha pode causar câncer, assim como o cigarro (que mata mais que qualquer doença ou acidente por ano), pois suas substâncias se assemelham em sua composição (nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, benzeno e tolueno), que comprovadamente causam câncer.

Relação com acidentes

Pesquisadores da Experimental Psychopharmacology Unit, Department of Neurocognition, Faculty of Psychology, Maastricht University, Holanda, demonstram que usuários recentes de Maconha tem a responsabilidade demonstrada nas colisões de três a sete vezes maior do que os não usuários.

Modelo de liberação

A Holanda liberou as drogas e enfrenta o maior problema de saúde pública em decorrência de surtos psicóticos induzidos pela Maconha (que desencadeia a esquizofrenia), e está revendo a questão das drogas e voltando atrás em vários aspectos. Hoje o país é conhecido como destino turístico da droga da cannábis, e esse fato preocupa as autoridades daquele país. Além de que as guerras entre usuários, preconceito, o tráfico diminuiu sim porque a legalização é para todas as drogas, porém os problemas de saúde, sociais, e políticos aumentaram, além de haver contrabando de fronteira estremecendo as relações internacionais. Não podemos ser ingênuos a ponto de comparar nosso país com Holanda, nem em extensão e/ou cultura. Seria improcedente e de uma infantilidade absurda.

Ou seja, não podemos, de forma alguma, enganar a população com inverdades, travestidas de verdade por decorrência do saudosismo de alguns usuários. A Maconha não é a droga mais usada no Brasil, não é a maior causa do tráfico, e não é somente a Maconha que alimenta o tráfico.  A Maconha é, apenas, mais uma entre tantas drogas, existentes no mercado. Legalizar a Maconha não vai acabar com os traficantes, mas vai gerar outros crimes como contrabando, mercado paralelo, falsificação de receitas, etc.

Em Cristo, Marisa Lobo.

Marisa Lobo, psicóloga, é coordenadora nacional do movimento MACONHA NÃO. Com mais de 15 anos de experiência na área, disponibiliza seu curriculum profissional que comprova sua experiência no tema neste link.

Mais informações sobre a não legalização da maconha pelo blog maconhanao.blogspot.com.

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