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Ministros do STF vão ignorar a nota do CFM e da ABP contra a legalização da maconha?

Ministros do STF vão ignorar a nota do CFM e da ABP contra a legalização da maconha?

Foto: reprodução/Google

Para alegria nossa e tristeza dos “maconheiros” e defensores da legalização da maconha, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) emitiram uma nota alertando contra os múltiplos riscos envolvendo o uso da cannabis, indo em direção totalmente oposta ao que 4 ministros do Supremo Tribunal Federal já propuseram.

Até o momento, os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes votaram pela legalização do consumo e porte de maconha para uso pessoal no Brasil. A grande pergunta que faço agora, é: seriam todos negacionistas da ciência?

Ora, passamos a pandemia inteira do coronavírus ouvindo alguns ilustres ministros, e a maior parte da imprensa, chamando determinado grupo de pessoas, defensores de tratamentos alternativos, de “negacionistas”.

O que farão, agora, com o posicionamento do CFM e da ABP?

A nota dos profissionais de saúde é cristalina, conforme trecho que reproduzo abaixo:

“Para o CFM e a ABP, o consumo da maconha – mesmo sob alegação ‘medicinal’ – representa riscos à saúde de forma individual e coletiva. Trata-se de droga que causa dependência gravíssima, com importantíssimos danos físicos e mentais, inclusive precipitando quadros psicóticos (alguns não reversíveis) ou agravando sintomas e a evolução de padecentes de comorbidades mentais de qualquer natureza, dificultando seu tratamento, levando a prejuízos para toda a vida”.

Com isso, concluem que “não há experiência histórica ou evidência científica que mostre melhoria com a descriminalização de drogas ilícitas. Pelo contrário, é nos países com maior rigor no enfrentamento às drogas que há diminuição do número de casos de dependência química e de violência relacionada ao consumo e tráfico dessas substâncias”.

Coerência

Se os ministros do Supremo, que ainda apresentarão voto no julgamento que pode legalizar a maconha no Brasil, o qual será retomado nesta quinta-feira (17), tiverem um mínimo de coerência, seguirão os profissionais de saúde do CFM e da ABP, votando pela rejeição dessa pauta.

Do contrário, se ignorarem a nota técnica dos médicos que representam a autarquia de maior autoridade em saúde no Brasil, o CFM, estarão provando que o “negacionismo científico” não passa de mera narrativa de conveniência contra os adversários de ideias.

São os médicos, psiquiatras e nós, psicólogos, os verdadeiros capacitados para orientar o país nas questões relativas à saúde pública, e não juízes do STF, muito menos órgãos de imprensa.

Uma vez que o consumo de drogas produz impactos que vão muito além da esfera do Direito, esse debate deve acontecer entre os profissionais da Medicina e da Psicologia, lado aos legisladores eleitos como representantes do povo, no Congresso Nacional, onde essa pauta não por acaso vem sendo rejeitada.

Qualquer coisa além disso, no âmbito do STF, é nada mais do que puro ativismo judicial.

Para ler a íntegra da nota do CFM e ABP, clique aqui.

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