Colunas

John Piper fala acerca do martírio de Rommie Smith

Hoje pela manhã, logo após eu publicar aqui em minha coluna um texto chamado “Jovem rapaz, pregue o Evangelho e morra” falando acerca da morte de Ronald Thomas Smith II, o teólogo norte-americano John Piper em nome da família e igreja do Rommie, comentou publicamente a sua morte. Segue abaixo a tradução da carta escrita pelo Piper em seu blog Desering God (http://www.desiringgod.org/blog/posts/when-we-send-a-person-to-his-death).

Quando nós enviamos uma pessoa à sua morte

Ronnie Smith foi morto com um tiro em Benghazi, Líbia, terça-feira. Ele tinha 33 anos. Era marido e pai. Os líderes da igreja da qual ele era membro me deram permissão para falar acerca da sua morte de forma pública e cuidadosa.

Uma das razões pelas quais quero falar acerca disso é porque o Ronnie escreveu a nós do Desiring God ano passado e nos disse que uma das minhas mensagens foi bastante significativa em sua decisão de ir junto com sua família para a Líbia.

Anita agora é uma viúva, e seu filho Hosea pedeu o pai.

Chorando com os que choram

Como eu me sinto ao falar acerca do que o levou à sua morte?

Eu chorei essa manhã ao orar por Anita e Hosea. Chorar com os que choram não foi um mandamento naquele momento; foi a tristeza tomando conta de mim. Eu me lembro de quando eu tinha 33 anos. Essa era a idade que eu tinha quando Deus me chamou ao ministério pastoral. Eu estava iniciando o meu ministério na mesma idade que o ministério de Ronnie terminou. Assim como o de Jesus.

Depois da tristeza e simpatia, minha resposta foi (e é) oração. “Senhor, dê à Anita uma grande fé. Ajude-a a chorar – mas não como aqueles que não tem esperança. Torne aquele pequeno garoto orgulhoso do seu pai. Que eles vivam sobre as glórias de Romanos 8 – os gemidos deste mundo caído que aguarda (Romanos 8.23), e a sólida certeza de que, embora sejamos mortos todos os dias, ainda assim, em todas essas coisas somos mais que vencedores (Romanos 8.36-37).”

Algo pior do que a morte

Sendo sóbrio. Ronnie não é a primeira pessoa que morreu fazendo o que eu as encorajei a fazer. Ele não será o último. Se eu pensasse que a morte fosse a pior coisa que poderia acontecer a uma pessoa, eu estaria cheio de ressentimentos.

Mas o ponto central da vida do Rommie é que há algo pior do que a morte. Então ele estava disposto a arriscar a sua própria vida a fim de salvar outros de algo ainda pior. E ele poderia arriscar a sua própria vida porque sabia que seu próprio risco e morte poderiam lhe trazer “um eterno peso de glória” (2 Coríntios 4.17); Ele sabia que Deus era capaz de suprir cada necessidade da sua esposa e filho (Filipenses 4.19).

Não não estamos brincando. Quando eu prego que correr riscos é o correto, eu sei o que eu estou fazendo. Quando eu digo “Deus é mais satisfeito em nós quando estamos mais satisfeitos nele – especialmente no sofrimento”, eu sei o que sofrimento pode significar. Quando eu digo, “Não tenham medo, o máximo que podem lhe fazer é mata-lo” (Mateus 10.28), eu levo a sério as palavras de Jesus: “entregarão alguns de vocês à morte…Contudo, nem um fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá (Lucas 21.16-18).”

Inunde o mundo com substitutos

Finalmente, eu chamo centenas de vocês para tomar o lugar do Ronnie. Eles não nos matarão rápido o suficiente. Que os substitutos inundem o mundo. Nós não buscamos a morte. Nós buscamos a eterna alegria do mundo – incluindo a dos nossos inimigos. Se eles nos matarem enquanto nós os amamos nós estamos em boa companhia. Jesus não nos chama para uma vida fácil ou segura. Ele nos chamou para amar, pela causa do Seu nome. Em todo lugar. Entre todos os povos.

Anita e Hosea, eu amo vocês. Eu sinto muito, muito, pela perda de vocês. Eu admiro vocês e o Rommie profundamente. Apeguem-se firmemente a isso: “Deus não destinou vocês (ou Rommie) para a ira, mas para alcançar a salvação, mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele” (1 Tessalonicenses 5.9-10).

Sair da versão mobile