Estou revoltado! Não posso expressar de melhor forma o que senti ao ver a representação de um Cristo transexual em plena parada gay, e principalmente com toda a repercussão do fato. Confesso que deu vontade de esquecer que sou cristão e partir pra cima, no braço mesmo!
Mas aí me lembrei que ia ouvir “ai daquele que tocar no meu ungido” e aí sim ia dar mais vontade.
Não, eu não queria “bater” no transexual que se fantasiou de Jesus e “desfilou” em carro alegórico na parada gay da av Paulista. Minha revolta é com alguns líderes religiosos que, exatamente como os fariseus na época de Jesus, não conseguem compreender a vontade de Deus e transformam tudo em hipocrisia, soberba e altivez, querendo gerar uma ‘luta de classes’, no pior estilo de Marx.
Estes mesmos religiosos têm tentado transformar Cristo em um produto exclusivo, conseguido com suntuosas ofertas e tem dificultado tanto o acesso a Jesus que diversos grupos parecem não conseguir mais contato com O Salvador.
Não seria a representação deste Jesus transexual um grito de desespero, talvez até inconsciente, uma maneira de trazer Jesus mais perto dos homossexuais representando-o como um deles?
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” parece não servir para os homossexuais, “pois que [vós, fariseus hipócritas] fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.”. “Ai de vós”, bem disse Jesus.
É necessário olhar além das aparências e abandonar a doutrinação “gospel” que cria uma escala não bíblica de intensidade de pecado, na qual parece que a prática homossexual é pior que a blasfêmia contra o Espírito Santo.
Não quero minimizar o impacto da imagem, é forte e aparentemente foi feita para agredir, porém nossa reação precisa ser nos moldes bíblicos, se é que somos cristãos de verdade. Jesus nos ensina que “se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. Precisamos fazer exatamente como Jesus fez com a adúltera pega no pulo, que não concordou com o que ela fazia, mas demonstrou amor e misericórdia.
Por fim, queria que um casal de namorados que frequenta a igreja e a menina aparece grávida escandalizasse tanto quanto este Jesus transexual, ou que filhos desonrando pais causassem escândalo tal que faria com que estas crianças fossem disciplinadas até aprenderem a seguir o primeiro mandamento com promessa. Queria que a fofoca na igreja escandalizasse (e fora dela também), que a mentira, a ansiedade, o orgulho, a hipocrisia, a soberba e a vaidade também escandalizassem tanto quanto uma representação de Jesus com silicone mas, principalmente, que os pecados que ainda cometemos nos escandalizassem tanto ou mais que este Jesus gay. Penso que assim estaríamos mais próximos da vontade de Cristo para seus filhos.