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Igreja Universal do Reino de Deus ganha cada vez mais contornos de um movimento destrutivo

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada em 1977 por Edir Macedo, cada vez mais se aproxima de se tornar um movimento destrutivo (MD). Atuando a partir de um eixo, um MD possui grande capacidade de atração e persuasão. Não somente impõe formas de comportamento e crenças, como também procura moldar a forma pela a qual o adepto entende e se relaciona com o mundo. Não é um movimento natural, transparente, mas um movimento cujos objetivos se chocam frontalmente com a sociedade. Embora não exista um modelo ou cartilha oficial, um movimento destrutivo pode ser facilmente identificado em movimentos como a Igreja da Unificação e a IURD. Com atuação centralizada, formas rigídas de controle dos adeptos e dos líderes, escolha de um inimigo a ser combatido e proselitismo midiático e político, um MD impõe sua visão de mundo e seus propósitos.

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Após a inauguração do suntuoso templo de Salomão, na capital paulista e centro econômico do Brasil, e a recente investida no governo federal e no Estado de São Paulo, a partir de janeiro de 2015 a IURD colocou em prática mais uma de suas estratégias: a criação dos Gladiadores do Altar (GA). Com apresentação em uma catedral do Ceará, os Gladiadores causaram grande alvoroço na mídia. Não é a coreografia em si que chama a atenção – até porque é costume de igrejas evangélicas a realização de marchas e demais apresentações em festividades – mas as orientações por trás do movimento criado com o objetivo de atrair a juventude. É neste ponto que a IURD se aproxima de movimentos como a Igreja da Unificação. Formado em sua maioria por jovens, os GA tem como uma das exigências que o candidato abdique de sua vida para se dedicar ao comando do projeto. O uso de mão de obra jovem é algo comum em movimentos destrutivos dos EUA e da Europa. Além do mais, a recente guinada esportiva da IURD também tem como objetivo atrair o público jovem e usá-lo como uma força de atração e propagação de seus propósitos seculares.

Se realizada durante o regime militar brasileiro, a apresentação dos GA seria facilmente identificada como um movimento subversívo e reprimida pelos DOPs. Não é o caso, porém, do início de uma investigação formal da IURD, mas os indícios apontam claramente para um movimento destrutivo em formação e será preciso, em um futuro próximo, um acompanhamento mais detalhado dos passos desta denominação religiosa. As igrejas evangélicas brasileiras – notadamente as históricas e pentecostais – possuem formas de atuação diferentes da IURD e são exemplos de preservação do modelo protestante. A terceira onda pentecostal (Paulo Freston, 1996), surgida a partir de 1977 possui características que não correspondem com a primeira e a segunda onda pentecostal, constituindo-se em movimentos controversos. O apologista Joaquim de Andrade é um expert no que diz respeito aos modismos religiosos e tem, há 18 anos, chamado a atenção para os perigos da deturpação do modelo doutrinário e litúrgico do cristianismo bíblico. No livro “Controvérsias” (Visão Cristocêntrica), Joaquim de Andrade trata destes e de outros modismos que tem se disseminado pelo Brasil. Neste sábado, às 10h, na livraria Genebra, na Rua Conde de Sarzedas, 22, (SP), o autor ministrará uma palestra sobre modismos e apresentará seu novo livro, “Controvérsias”.

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