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O que podemos esperar de um pastor na função de ministro no STF?

O que podemos esperar de um pastor na função de ministro no STF?

Foto: reprodução/Edilson Rodrigues/Agência Senado

A chegada do pastor André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal, onde a partir de agora atuará como novo ministro da mais alta corte do país, é motivo de muita expectativa não apenas por parte de quem apoia o atual presidente da República, responsável pela indicação, mas principalmente de todos nós, cristãos evangélicos. São vários os motivos para isso, já que é no STF que grandes decisões são tomadas, afetando o Brasil inteiro.

Nesse momento, por exemplo, está em andamento um julgamento sobre a inclusão ou não da “linguagem neutra” – uma aberração linguística fruto do ativismo ideológico de gênero sobre o idioma – no ensino escolar.

Mendonça, portanto, terá o dever de julgar questões polêmicas de grande interesse para a comunidade cristã, podendo tomar decisões que impactarão, por exemplo, a forma como os nossos filhos serão ensinados na sala de aula, entre várias outras coisas, como a descriminalização do aborto, das drogas ou a idade mínima de autonomia para a “mudança de sexo”.

Uma ressalva aos cristãos

Apesar de ser pastor evangélico, precisamos fazer uma ressalva quanto ao papel do ministro André Mendonça no Supremo Tribunal Federal. Não podemos esperar dele, por exemplo, decisões contra normas já estabelecidas pelo próprio tribunal, como o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Contudo, o novo ministro poderá se posicionar diante de novas ações, e é aqui onde deve residir a nossa expectativa. Isso porque, mesmo normas já estabelecidas podem ser revogadas a partir de novos projetos de lei, cabendo isso ao poder Legislativo. Se provocado, o STF poderá se posicionar, mas não no sentido de suspender aprovações parlamentares.

Durante um culto em um auditório da Câmara dos Deputados realizado ontem (8), o pastor Mendonça fez a pregação e indicou que as sua atuação como ministro do STF não será pastoral, o que está correto, mas terá a marca da sua formação cristã – o que também é correto.

Como já escrevi anteriormente, para quem conhece os fundamentos morais da Constituição Federal Brasileira e do mundo ocidental, saber disso é o suficiente para ter a certeza de que uma atuação puramente técnica, pautada pelo que diz a letra da Lei, será suficiente para refletir os valores que nós conservadores tanto defendemos.

Durante a sua pregação, Mendonça disse exatamente isso: “O André não chega lá com o título de pastor. Mas o André chega com a história de uma vida louvada a Deus. Isso é história de vida, ninguém vai renunciar a si mesmo, renunciar ao que a gente é”.

Portanto, se o “que a gente é” significa não abrir mão da “história de uma vida louvada a Deus”, podemos esperar com relativa tranquilidade que o pastor André Mendonça continuará honrando a sua fé, também no STF.

Essa é a minha expectativa e certamente a de milhões de cristãos que oraram pela vida do novo ministro. Que faça a sua parte.

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