O Jardim foi o lugar que Deus preparou para se relacionar com sua criação. Lá tudo é perfeito, adequado para a preservação da vida infinita que o Senhor planejou para os seus filhos.
Desde a fatídica queda, o ser humano busca pelo Jardim, ansiando pelo lugar onde reina a paz, a harmonia, a vida e onde não há doenças, injustiças e nem morte.
Contudo, o Homem em sua auto-suficiência, na busca de um método que projetasse uma ponte até esse lugar divino, passou a criar e estabelecer fórmulas para atingir seu alvo. Um exemplo clássico e bíblico disso foi Babel, em que a humanidade se reuniu em uma grande convenção, a fim de construir uma torre que os levasse até o céu.
Que grande descoberta fiz: Babel é a avó das igrejas institucionais!
(Cansei de ouvir apóstolo pregando sua visão particular bradando: “se falarmos uma mesma língua, não haverá limites para nossa conquista”).
Todavia, visto que não depende de quem busca, mas sim de quem se deixa encontrar, Deus se faz achado apenas daqueles que Ele mesmo permite, quando encontra um coração decente e condizente com seu padrão.
Deus não quer rituais, nem que os homens sigam a um código doutrinário qualquer, Deus quer obediência. Quer que aqueles que se relacionem com Ele o ouçam com o coração, cumprindo com Sua Palavra revelada por uma opção pessoal, não por um medo doutrinário, mas por um amor não imposto.
Os ritualismos cristãos só têm gerado facções religiosas, as quais colaboram com a criação de conceitos cristãos / maniqueístas que impõem sobre a mente das pessoas um cetro irreal, o qual tem o poder de condenar e absolver (as mentes suscetíveis).
Deus não está nisso! A perspectiva de Deus é a de um relacionamento entre Pai e filhos.
Via religião, a relação entre Deus e os homens não deveria condenar ou absolver, mas sim conviver, apascentar, suportar, evangelizar, cumprindo cabalmente o maior dos mandamentos, que é o do amor mútuo no convívio da família cristã.
Então, quando se prefere uma série de ordenanças sacrificiais a obedecer a Deus, deixamos de vivenciar a plenitude de um relacionamento pessoal com o Pai, entrando num vago convívio ritualista com uma religião que não conduz ao alvo mais primitivo dos nossos corações, o Jardim.
Voltemos ao Jardim!
P.s.: O verbete obedecer é traduzido do termo latim oboedio, que é a união das palavras ob + áudio. Ob é traduzido para contra e áudio é ouvir, portanto, obedecer, poderia ser entendido como “ ir de encontro com o que se ouve”. Esta é a perfeita tradução do termo hebraico shema, título da confissão central de fé dos judeus, a qual deve ser rezada diariamente por eles.