Colunas

Deus é amor e seus filhos também são

“Caríssimos, que nos amemos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e aqueles que amam nasceram de Deus e, então, o conhecem. Já aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. João

Amar é uma virtude elevada que deixou de ser da natureza comum do homem. O amor, apesar das diversas traduções e conceitos que se faz o tempo todo sobre ele, continua sendo matéria complexa.

Segundo Paulo de Tarso, “no amor há paciência e bondade, mas não há inveja, nem orgulho ou arrogância. O amor não gera escândalos e quem ama não busca os seus próprios interesses, nem se irrita ou guarda rancor. Quem ama, não se alegra com a injustiça, mas fica feliz com a verdade! Por amor, as pessoas são capazes de perdoar tudo, acreditar no impossível, ter esperança e suportar em momentos de grande dificuldade”, (I Carta aos Coríntios 13:4-7 parafraseado).
Tão grande virtude, que é capaz de gerar transformações, como tornar o mau em bom, o irado em paciente, o invejoso em alguém generoso só pode vir mesmo de Deus, pelo que o amor acaba por consistir na principal marca de sua própria personalidade (ao menos como podemos vislumbrar daqui da primitiva terra).

Sem querer definir profundamente o que é o amor (por falta de competência), mas sabendo de onde ele vem (de Deus), é necessário saber quem pode desfrutar de sua experiência.

João, no texto lá de cima , disse que “aqueles que amam nasceram de Deus”, portanto, a interpretação mais obvia a se fazer é a de que a marca dos filhos de Deus é o amor.

Se Deus é amor, então, está é uma característica marcante de seu perfil e pode-se presumir que através de seu DNA, essa mesma característica é transmitida aos descendentes, que são os que nasceram dEle.

O mesmo João, apóstolo de Jesus, bem no início de sua versão do Evangelho disse que “a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus”.
Há uma espécie de adoção empreendida por parte de Deus, através do Cristo. Esta é a base mais original do Evangelho, aliás, o fato de que em Jesus é iniciada uma nova família, com sede no céu e que gera filhos espirituais na terra, através da pregação dessa Boa Nova (ao menos é assim como, ora, vejo).

Sobre isto, Paulo disse em carta para os Gálatas que “quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus”.

Fantástico! A prova do filho é o Espírito derramado em nossos corações, o qual é o principal dínamo da transformação em nosso interior. É por esse Espírito que temos a revelação de chamar Deus de Pai, ou papai, como seria proposto pelo termo “Aba”.

Contudo, esse Espírito é algo totalmente interior e invisível. Virtual para alguns e somente uma realidade para os da fé.

Tratado por uns – os que não o conhecem de fato – como uma fonte de energia, o Espírito é, na verdade, a essência tangível de Deus na terra, que revela e produz nos “filhos” seu Amor.

Uma coisa lógica sobre os filhos é que eles não são produzidos por vontade própria, mas são gerados por um pai. Portanto, não nascemos de nossa própria vontade, nem da vontade de um grupo que se autodenomina representante desse pai. Nascemos diretamente dEle, por isso somos filhos legítimos. Do contrário, ilegítimos, que são os chamados “escravos” por Paulo.

Como assim, escravos?

Escravos são os da religião, os que cultuam por obrigação, por sentimento de dívida, os que acham que podem fazer por merecer, que oram, jejuam, vigiam, lêem e estudam por se sentirem capazes de alcançar dignidade e aperfeiçoamento espiritual.

Tal como o ser vivo respira e um filho carrega o DNA do pai, o filho de Deus naturalmente “ama”. O escravo se esforça e diz para si mesmo e para os outros: “você precisa amar”, “precisa fazer”, “precisa mudar”. Um é a antítese do outro!

Se Deus é amor, seus filhos também são. É natural!

Sair da versão mobile