No tempo presente graças a muita discussão impulsionada pelo próprio Espirito, um incômodo crescente e pulsante tem feito com que cristãos em todas as partes do mundo revejam os conceitos firmados pela religiosidade que nos assola.
Por outro lado, baseados em uma visão centralizada no ideal “Cristão-judaico”, que insiste em observar o mundo sob a ótica do povo de Israel e suas promessas, continuam firmes em seus propósitos, tal como os lideres religiosos nos tempos de Jesus, a maioria dos Pastores e seus seguidores.
Até aí, nada de novo. De um lado, continuam lá, julgando lutarem pela defesa da fé em um mundo que se conquista como quem conquista a um estado e, de outro, os que lutam para que o amor de Deus seja finalmente propagado a fim de que almas sejam salvas, para que o mundo receba e seja, o Reino de Deus.
É fácil saber de que lado você se encontra: Basta checar suas motivações e ambições.
Porém, antes de um possível “check-up”, me acompanhe nessa reflexão:
No evangelho de João no capitulo 9, vemos o relato da cura de um homem que era cego de nascença e tornou a ver após Jesus untar-lhe os olhos com saliva e terra.
Mais adiante, vemos este homem sendo interrogado pelos Fariseus sobre a cura que já sabiam ter sido feita pelo homem a quem sumariamente negavam.
A resposta clara ao questionamento e que até hoje ressoa em nossas mentes, foi:
“…O que eu sei é que eu era cego e que agora vejo…” Simples assim.
Porém eles insistiam… Para o homem que fora excluído da sociedade por sua cegueira e pelo pecado que certamente julgavam que ele tivesse, isso já não mais importava; A despeito de seus olhos, ele havia visto a graça com o seu coração.
Só quem se vê em uma situação limite, consegue valorizar o que realmente tem valor.
Para o homem que fora curado e que não pôde nem contar com a lealdade de seus pais diante do tal inquérito, nada mais importava. Ele voltara a ver; fora agraciado com um milagre jamais visto na história; Ele agora, de posse de um milagre amplamente maior que a visão, começara a enxergar bem mais longe que os seus novos olhos; Agora, ele enxergava o que nenhuma religiosidade jamais lhe proporcionaria em conhecimento ou virtude.
Ciente de que era nova para eles a dimensão da ação de Jesus, do milagre e do quão distante estavam do que ele acabara de experimentar, Concluiu:
“… Por que querem ouvir outra vez? Acaso vocês também querem ser discípulos dele?”
Bastou, para ser expulso…
“… Você nasceu cheio de pecado; como tem a ousadia de nos ensinar? ”
Responderam. Envolto em conceitos, todo o preconceito viera à tona.
Não queriam mais ouvi-lo. Era muito para seus ouvidos e suas concepções de pecado e justiça. Desconheciam a graça que o pobre homem experimentara; O amor de Deus puro e genuíno; Simples e infalível.
Já havia brotado nele o conhecimento de Deus; Através da graça que lhe fora exposta pelo Senhor, ele adquirira fé e por consequente, esta já lhe trazia a confiança.
Daí, não importava mais o medo dos religiosos, ou a deslealdade de seus pais.
Bela história, não é?
Revolucionária como todas as outras em que Jesus foi o protagonista e que, com toda a certeza você deve conhecer.
Entretanto, esta não é diferente de nenhuma outra história que acontece hoje por ação do mesmo Espirito de Deus. E, é claro, se você possui o mínimo de conhecimento bíblico e bom senso, vai concordar comigo.
Por que então é tão difícil aceitar que Deus age como quer e quando quer, na vida de quem ele quer?
Por que tentamos colocar a ação do Espirito santo, o mesmo que tocou a aquele homem, levando-o a pedir a Jesus que o curasse, dentro de nossa capacidade de entendimento religioso?
Por que dizermos com um preconceito infame em nossos corações, que tal obra não pode ser de Deus? Por acaso o Deus que usa as coisas loucas deste mundo para envergonhar às “Sabias”, precisa nos deixar à par de todas as suas ações? Não é tarefa nossa, tentar entender a ação de seu santo Espirito e não o contrário??
Ou será que só não percebemos tudo isso e insistimos em não agir por sua vontade e amor, por não estarmos na situação de quem necessita de amor?
Será que esta vida evangélica de pseudo vitórias, onde sobra a prosperidade do EU e falta amor, não nos deixa a todos longe das mazelas que todos, sem exceção, estamos expostos como seres humanos? Ou será que você chegou a um nível “espiritual” tão excelente, que o fez esquecer que você ainda é humano?
Tomando por base esta e outras histórias em todo o Evangelho de Jesus Cristo; as boas novas que são notícias dos céus para quem as quer, o primeiro grupo relatado no inicio do texto, trabalha para colocar-se diante de Deus tentando enxergar dia após dia, que nada mais são, que simplesmente necessitados da graça; e, por serem necessitados, se dão conta facilmente do que é o ser humano e, por consequente, do próximo e toda a sua carência.
Cientes e cada dia mais constrangidos, estão querendo realmente, dar continuidade ao trabalho de Jesus, da forma mais simples, tal como ele.
Já o segundo grupo…
Bom, não tem valido muito a pena nos aprofundarmos nesse assunto…
Voltemos ao Evangelho…
Rogério Ribeiro.