Ateus tentam provar que a fé cristã é aprendida, assimilada através da cultura e da imposição familiar. Há também os que dizem que homossexuais nascem assim e não aprendem a ser assim.
Qual o critério para avaliar quem nasce de um jeito, ou aprende a ser de outro?
Não há, acho! Só o que acho é que debatemos tudo segundo nossa ótica míope e perspectiva limitada de mundo, de criação, de humanidade.
Nossos olhos mal conseguem enxergar as gerações passando e tem gente que quer explicar o infinito a partir desse ponto. Absurdo!
Ora, é obvio que NÃO nascemos cristãos. Tornamos-nos cristãos a partir do conhecimento do Evangelho, o qual nos conduz ao arrependimento de nossas obras mortas e pecaminosas. O Evangelho se torna parte do que somos quando traz sentido à nossa existência decaída, quando nos liberta da acusação, trazendo alívio às almas pobres e desesperadas.
E ele está aí, ultrapassando séculos de histórias boas e ruins, inscrevendo mais vidas no Livro da Vida e, como sempre, desde sua fundação há dois mil anos, dividindo opiniões.
Da mesma forma, entendo que a homossexualidade também é adquirida. Não acredito que alguém nasce gay, pelo contrário, um olhar racional e lógico observa claramente que a homossexualidade é algo não natural, não combina com a fisiologia, com os formatos e anatomias humanas, mas tenho consciência de que pode ser assimilado, aprendido e, portanto, absorvido como verdade absoluta para uma alma desesperada e perdida, que entende ser alguém de um determinado sexo, preso dentro de um corpo avesso, como se costuma dizer.
A diferença nesses dois casos – entendo – é que quanto aos cristãos, é necessário passar pelo mar do arrependimento, que faz a transição entre o deserto e a terra prometida. Ou seja, o caminho é o do quebrantamento da alma, passando pela aceitação de sua miséria e pelo reconhecimento de sua inaptidão para solucionar suas próprias crises existenciais, sabendo, no entanto que precisa de mudança.
Enquanto isso, para tornar-se assumidamente gay, é necessário aceitar sua condição interior, a qual perturba a alma, liberar suas sensações e desejos interiores, deixar sair pra fora do armário a materialização de uma psique confundida pelo pecado.
Ou seja, faz-se o caminho oposto! Aceita o pecado, trabalha a mente para sentir-se natural e, então, encarna sua confissão particular e interior, ao invés de encarnar o Verbo de Deus.
Resumindo, a diferença está entre o que se justifica no Alto e o que se auto justifica.
Eu sei e entendo sinceramente que as provocações interiores de uma pessoa que vive em tal conflito são, muitas vezes, insuportáveis. Mas também acredito que quando uma alma vive em tal paradoxo, não encontrará satisfação e descanso ao fazer sexo com alguém do mesmo sexo. Penso que a discussão deva ir mais além, passando de questionamentos carnais, sexuais, passionais, saindo da pequena perspectiva revolucionária de levantar bandeiras, participando de um grupo em que todos te ensinam a ser como sua alma pecadora lhe doutrinou a ser.
Acho que nesse aspecto, os movimentos homossexuais se tornaram altamente religiosos e, em decorrência disto, tão fundamentalistas quanto os piores cristãos da história.
Uma doutrina que me atrai e chega até a confortar um pouco meu coração é a do pensamento de Jung, quando refletiu sobre ‘Animus e Anima’, desenvolvendo o entendimento de que todos somos machos e fêmeas e que, o perfeito equilíbrio entre um e outro, através de uma educação e cultura que aceite bem as particularidades de um e outro em uns e outros, conduz a um passo que vai além da sexualidade, levando a pessoa à completude de sua humanidade (não sou do ramo da psicologia e não posso explicar sobre o tema, o qual nem compreendo completamente, mas sugiro que leia sobre ele).
Se você está empunhando seu estandarte, pela mera causa de poder fazer sexo com quem quiser, do jeito que quiser, então, você está lutando por suas paixões carnais, suas concupiscências e isto te levará aos prazeres transitórios e aos infernos, o daqui e do porvir. Agora, se você está em busca de se tornar um ser humano mais equilibrado, reconhecendo características masculinas e femininas em si mesmo, buscando tornar-se uma pessoa melhor em sua vocação/chamado para este mundo e geração, então, você está na busca pelo belo, pelo melhor, pelo supra-sumo da existência humana e eu tenho certeza de que Jesus é a pessoa certa para lhe acompanhar nesta jornada.