Restando alguns meses para o primeiro turno das eleições esse ano, os ânimos de quem milita em prol de alguns candidatos parecem estar ficando cada vez mais acirrados.
Claro, é natural que na disputa mais fragmentada e conturbada da nossa história o brasileiro se envolva mais com a política e queira se posicionar, mas até que ponto o cristão deve atuar em uma campanha marcada por tantas polêmicas, sem se deixar levar pelo pecado da mentira e da calúnia?
O que nos separa do mundo são os valores de Jesus. Antes de qualquer defesa política, somos chamados para servir a Cristo, e só a Ele.
Não importa qual é o candidato que você defende. Se você tiver que ser conivente com mentiras, manipulações e práticas que contrariam os princípios mais básicos da fé cristã, como não levantar falsos testemunhos, calúnias e julgamentos falsos, sem dúvida é porque a sua militância não reflete os princípios do cristianismo.
Divergir não é o mesmo que caluniar
Infelizmente o que tenho observado muito durante os debates públicos é o uso indevido da discórdia como pretexto para um tipo de militância moralmente irresponsável e agressiva.
Por visões divergentes na política, muitos estão colocando a ira em primeiro lugar, partindo para o tudo ou nada como se o compromisso com a ética cristã estivesse fora da vida pública e, principalmente, das redes sociais.
As chamadas “fake news”, termo inglês que ficou popularizado mundialmente por retratar notícias falsas e manipuladas, não ganharam essa fama por acaso. O compartilhamento de informações mentirosas na internet é um problema gravíssimo, capaz de prejudicar pessoas, empresas e instituições em geral.
Eu mesma fui e ainda sou vítima disso, por culpa do ativismo ideológico nos conselhos de psicologia e da imprensa, que disseminaram a informação falsa de que sou a psicóloga da “cura gay”. Tudo mentira para me prejudicar, mas que pessoas desinformadas e moralmente irresponsáveis saíram propagando aos quatro ventos.
No cenário político o problema das fake news também é grave, porque ele envolve o poder público e pessoas que representam o povo. Estamos falando do Governo de um país e tudo o que depende dele, como segurança, educação e saúde.
Há muita coisa em jogo e isso nos obriga a ter um senso de responsabilidade crítica muito alto na apuração das informações que recebemos e compartilhamos.
Não podemos simplesmente, por divergências políticas, querer difamar gratuitamente um candidato, independente de quem seja. Esse perfil maquiavélico não pertence aos valores do cristianismo e não é assim que vencemos uma disputa.
Se comprometa com a verdade, independente dos resultados
Tenho uma posição política que acredito ser a melhor para o Brasil, mas o que me orienta nessa posição não é o meu candidato ou partido que ele pertence.
Não são interesses exclusivamente pessoais, mas o que acredito estar o mais próximo possível dos valores de Cristo. Isso me faz ter o compromisso de não ser conivente com mentiras ou, no mínimo, informações duvidosas de algum adversário.
Uma notícia não precisa ser 100% falsa para ser condenável, basta ela ter sido manipulada, distorcida com a finalidade de induzir a população ao erro, sendo as maiores vítimas dessa estratégia imoral pessoas simples, com pouca leitura e discernimento crítico da realidade.
Se você julga ter a capacidade de contribuir para a verdade, então é seu compromisso não apenas negar o compartilhamento de mentiras e manipulações, como denunciar os que já existem.
O que Jesus faria no seu lugar? Pense nisso quando estiver diante de uma informação duvidosa. Pense nisso quando a sua ira contra um candidato específico, apenas por divergências de opinião, quiser abafar o seu compromisso com Cristo para te fazer reproduzir informações que vão prejudicar a imagem do seu adversário, mesmo você sabendo que às fontes são duvidosas ou que a informação é falsa ou manipulada.
O mesmo critério vale para a defesa dos próprios candidatos, quando queremos divulgar mais do que a realidade pede. Precisamos ser coerentes com o que cremos, e se cremos no Deus da verdade e confiamos em sua soberania ao determinar e poder intervir a hora que bem entender em nossa história, não é servindo ao pai da mentira que sairemos vitoriosos, mas sim a Cristo, exclusivamente.