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Crianças abusadas por falso professor em escola: um alerta psicológico aos pais

Crianças abusadas por falso professor em escola: um alerta psicológico aos pais

Foto: reprodução/Google

Está repercutindo em todo Brasil o caso em que alunos, crianças entre 11 e 12 anos, foram obrigadas por um professor a beijar os colegas do mesmo sexo. O episódio, já amplamente noticiado pelos meios de comunicação, ocorreu no Colégio Estadual Heitor Vila Lobos, no Cabula VI, em Salvador, estado da Bahia.

No artigo desta semana quero chamar a atenção da sociedade, especialmente dos pais, para alguns pontos que precisam ser alertados, visto que eles são de extrema importância. Antes de mais nada, é importante destacar o que diz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Em seu artigo 17 está escrito que o respeito à criança “consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais”.

Já o artigo 18, estabelece que “é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.

Ou seja, toda criança e adolescente deve ter não apenas o seu físico, mas também a sua moral e as suas emoções (o psicológico) preservados.

No ocorrido em Salvador, vimos que o professor não apenas coagiu, como obrigou os alunos a terem contatos físicos, o que pode ser caracterizado como abuso e assédio sexual.

Ao falar com jornalistas, uma mãe relatou que a sua filha não quer retornar à escola, pois ficou com medo do ambiente, o que indica claramente o quanto a aluna foi submetida a um fato vexatório e abusivo que lhe gerou traumas psicológicos.

Intimidação e persuasão

Chama atenção o fato dos alunos terem sido trancados na sala de aula pelo professor. Ele colocou uma cadeira para bloquear a entrada no recinto, ao mesmo tempo impedindo a saída das crianças que estavam incomodadas e constrangidas com a ordem para beijar outros colegas.

Isso nos mostra que o professor estava plenamente ciente da gravidade do que estava fazendo, caso contrário a diretora da escola não teria precisado chutar a porta da sala para conseguir entrar, segundo relatos da imprensa. Ou seja, agiu de forma premeditada e com a clara intenção de coagir os alunos.

Outro detalhe notável é a oferta de recompensas para os alunos que se beijassem. Segundo a imprensa, o professor ofereceu pontos e até dinheiro, uma quantia de R$ 5,00. Vemos com isso que ele quis persuadir as crianças, exatamente como abusadores de menores fazem quando querem cometer seus crimes, oferecendo atrativos.

Quero chamar atenção, portanto, para o fato de que o episódio não foi um acontecimento irrefletido, aleatório ou espontâneo, mas planejado e com direito à coação, o que eleva muito a gravidade do ponto de vista criminal.

E essas características sugerem que o tal professor pode ter praticado o mesmo crime várias outras vezes, persuadindo os alunos a não contar para os pais.

Conselho aos pais

Os pais, portanto, precisam ficar atentos ao dia-a-dia dos filhos dentro da sala de aula. Infelizmente, o tempo em que a escola era sinônimo de ambiente seguro, moral e fisicamente, acabou.

Vivemos numa geração onde boa parte dos profissionais da educação, são na verdade ativistas ideológicos, e não professores realmente comprometidos com o ensino técnico e imparcial. Você que é pai e mãe, portanto, precisa conhecer de perto a rotina de ensino dos seus filhos.

Busque saber qual foi a atividade do dia, pergunte, oriente e participe dessa rotina. Saiba quais são os professores pelo nome. Se necessário conheça a vida deles, seus vínculos e qualificação profissional. Tudo é válido quando a integridade dos nossos filhos está em jogo.

Vá à escola regularmente, por exemplo, saber como está o desempenho dos seus filhos. Vá, nem que seja apenas para tomar um café na recepção. A sua presença é demonstração de responsabilidade e proteção, e isto, por si só, também serve como uma barreira contra eventuais abusos nesse ambiente, pois todos saberão que a sua criança está sendo devidamente acompanhada.

Finalmente, atente também para os sinais não verbais da criança. Como vimos no caso acima, o professor agiu coercitivamente, intimidando, e nada exclui a possibilidade do mesmo ter orientado aos alunos para não contar sobre o ocorrido aos pais e outros professores.

Se ao ser questionado sobre as atividades escolares, seu filho apresenta algum sinal de timidez, constrangimento, ansiedade, medo, silêncio ou choro, indicando uma mudança de comportamento súbita ou constante, significa que você precisa investigar imediatamente, pois é provável que algo de errado esteja acontecendo, não necessariamente relacionado ao corpo docente, mas talvez com outros alunos.

No mais, que o caso da escola em Salvador seja devidamente apurado criminalmente, não apenas administrativamente, e que isto sirva de lição para todos os falsos professores que usam a sala de aula para impor os seus desvios morais e de conduta aos alunos.

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