Colunas

Uma igreja de crentes que precisam se arrepender!

O uso do termo “igreja” neste comentário refere-se ao conjunto nacional de cristãos protestantes espalhados por várias denominações, credos e costumes – é uma abordagem ao que se tem visto e feito de conta que não se viu. Ao mesmo tempo em que o enfoque textual pareça ser generalizado, acaba também implicando no individual e nas responsabilidades pessoais de cada um em ser igreja conforme as Escrituras. Não precisa ser profeta pra pregar arrependimento a maioria de nós crentes que estamos dentro de nossas comunidades locais – até parece uma incoerência, mas não é; é só olhar para a composição de nossas reuniões: de gente que canta e prega uma coisa e vive outra – as pessoas vão a igreja, mas não são a igreja de Jesus! E também ao avaliarmos a nós mesmos com franqueza e sinceramente lidaremos com realidade que não queremos enxergar – estamos muito afastados do Evangelho de Cristo com a vida “cretina” e pouco crente que muitos de nós temos levado.

Nós, os evangélicos temos sido mencionados nas rodas de amigos, na opinião popular e nas mídias da nação mais por conta de nossos escândalos do que por nosso bom testemunho. Temos atraído a atenção mais por conta de nossos pecados do que por nossas virtudes. Falamos de vida nova com Deus, mas vivemos iguais aos demais de fora da igreja – nos enganamos com uma vida cristã de vantagens, de colocar os outros para trás – pois é a isso que se resumiu as pregações de muitos – quando na verdade estamos comprometendo a identidade de portadores do Evangelho pleno e de transformações radicais. Do ponto de vista moral muitos de nossos jovens fornicam antes do casamento. Do ponto de vista social o índice de divórcios na igreja evangélica é tão elevado quanto aos que não a frequentam e que nunca buscaram entender o conceito bíblico de casamento e de família. Do ponto de vista ético vários pastores se venderam por cargos políticos ou funções comissionadas; no âmbito orgânico, igrejas se tornaram empresas, púlpitos em bancas de vendas, pregadores em atores e cantores em estrelas – esse não é o corpo de Cristo! Em nossa arrogância religiosa arrotamos “santidade” e nos orgulhamos de possuirmos o “poder de Deus” para pisarmos o demônio, mas vivemos sob uma onda de descrédito crescente causada por uma vida nada condizente com o que se prega!

Há uma grande necessidade de arrependimento entre os da igreja evangélica brasileira; pois só o perdão e a misericórdia Divinas poderão mudar a nossa sorte nesse país de desatinos com pseudos “paladinos de uma verdade” que não convence mais a ninguém. Infelizmente, há entre nós os que se tornaram blasfemos, de linguagem torpe, com corpos tatuados de figuras sincretistas; outros bem vestidos, mas com o interior apodrecido pela hipocrisia; nossa fé passou a ser heterodoxa e firmada no achismo de livres pensadores que não têm mais as Escrituras como fundamento de fé e prática; nosso “evangelho” resumiu-se na filosofia de vida de cada um – que igreja desfigurada! Há adultérios, mentiras, trapaças, maus pagadores, maldizentes, criadores de confusão, maus empregados, sonegadores, hipócritas e tantos outros desvios que sempre coexistiram com o remanescente de Deus; mas o Senhor nos dá uma grande oportunidade de nos conscientizarmos pela igreja deste país que está enferma em seu corpo, desfigurada em seu semblante e com vestes manchadas por suas transgressões por conta de seus membros nada transformados.

A verdade cristã não é uma declaração verbal ou uma sistemática doutrinal apenas, sobretudo é uma realidade personificada no próprio Cristo. Portanto, se temos uma interpretação, mas não vivemos na ação prática dessa verdade libertadora, continuamos cativos de um sistema que agrada aos homens e desagrada à Deus. É tempo de desejar pela presença do Senhor, de romper com o mundanismo e com tudo aquilo que busca manchar as vestes brancas que os santos do Senhor trajam; é tempo de tomar partido pela justiça, de arvorar a bandeira da verdade que não se negocia; é momento de denunciar as maracutaias nas campais evangélicas; é ocasião de ser crente, salvo e transformado pelo poder do Evangelho – é hora de julgar menos os outros e tratar de nossos próprios pecados e falhas – em suma: é tempo de voltar-se para Deus!

Se começarmos a orar por nós e por aqueles que conhecemos – sem julgá-los; lermos a palavra de Deus e a praticarmos é muito possível que o Deus misericordioso nos visitará com um reavivamento espiritual que sacudirá nossa nação inteira; e daí vão conhecer a verdadeira igreja evangélica!

Sair da versão mobile