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A contribuição da declaração de direitos humana e pactos internacionais de direitos humanos e suas utopias e mentiras

É inegável que a Declaração dos Direitos Humanos e os pactos internacionais de direitos humanos trouxeram mais dignidade e reconhecimentos das desigualdades sociais e colocaram, de certa forma, um freio nos desmandos dos capitalistas e/ou fanáticos religiosos. Ao mesmo tempo, deram mais diretos o cidadão de existir conforme sua necessidade. Após a Declaração dos Direitos Humanos, o ser humano de mais “sorte” começou e enxergar os menos favorecidos; se não pela vida da solidariedade, pela vida do direito e/ou obrigação.

Porém, vejo que os direitos humanos têm sido usados como bandeira de proselitismo político/ideológico, e que as reais necessidades humanitárias ainda estão muito aquém do ideal desejado. Em muitas situações é utópico e paradoxal falar em direitos humanitários, quando quem os faz realmente são voluntários de religiões que as próprias bandeiras/ideológicas da “liberdade” visam, de certa forma, destruir.

Às vezes me confundo com a questão dos direitos humanos, pois clamamos por liberdade e resumimos nossa liberdade em ser o que quiser mesmo que isso nos prejudique, humanamente falando. Por exemplo: falar em eutanásia como direito humano é falar em direito de deixar de existir e não em lutar pela vida, que deveria ser o “direito humano”; ou falar em direito ao corpo e, ao mesmo tempo, negar o direito humano de um ser existir, como é o caso do aborto.

Falam em direitos à cultura, mas fecham os olhos quanto às matanças de crianças promovidas por esta cultura, como é o caso do infanticídio indígena que acontece no Brasil. E que quem luta contra ele são os religiosos, pois os ativistas dos direitos humanos, que deveriam proteger a vida, protegem a cultura de morte.

Vejo que a Declaração dos Direitos Humanos tem hoje e, principalmente teve no passado, sua função protetiva por causa das guerras sociais e territoriais e das religiões que, para defender sua crença e território, matavam e matam como se o ser humano não tivesse valor algum.

Mas a minha preocupação é com a perda de propósito e identidade dos direitos humanos. Até que ponto matar um inocente, como no caso de um aborto, ou deixar uma pessoa morrer (ortotanásia, eutanásia ou mesmo suicídio assistido) é direito humano? Redução de danos é direito humano? Essas situações têm ocorrido em todo mundo, e vêm sendo justificadas pela via dos direitos humanos. As ações são muito paliativas e esses “curativos” têm se tornando permanentes.

Discute-se muito, mas políticas públicas sérias, que defendam o cidadão de verdade com dignidade são uma “UTOPIA”. Muitos se lançam em defesa dos direitos humanos como bandeira ideológica para proteger seu grupo. Ou seja, tudo acaba virando privilégios. Vejo que o direito humano funciona como controle de ética de guerra, para campanhas de combate à fome e ajudas humanitárias; mas não necessariamente tem cumprido seu papel, pois ainda é moroso e parcial quando se trata de punir e/ou responsabilizar quem tem poder e, por incompetência de resolver problemas maiores, se apega em uma única bandeira, tentando contabilizar como se direito humano fosse parcial e dedicado a apenas uma causa: a causa dos que militam mais e tem mais conhecimento. Tipo trafico de influência, se é que me entende…

O mundo passa fome, cristãos são mortos por causa da sua fé, homossexuais são mortos nos países do Oriente Médio por causa de sua condição sexual, e os defensores dos direitos humanos, por não terem coragem de lutar contra essas injustiças que são maiores, se concentram no ocidente usando a causa como bandeira ideológica/política das minorias contra as maiorias, pois assim chamam atenção da mídia enquanto que os reais problemas mundiais são esquecidos e não enfrentados pelos tais “direitos humanos”.

É fácil lutar contra cristãos em um pais livre, onde se tem liberdade religiosa, os transformando em homofóbicos para mostrar serviço. Difícil é acabar com as mortes de cristão e gays no mundo árabe; porque lá, embora exista homofobia, cristofobia, perseguição religiosa e intolerância religiosa verdadeira, existem também os homens bombas e o terrorismo, não é mesmo? Covardia. Os reais problemas mundiais de perda de direitos estão nesses países e nas religiões árabes, é fato, mas os hipócritas dos direitos humanos pouco tem coragem para fazer algo.

Mas, ao mesmo tempo, militam ferozmente nos países livres, fazem campanhas ideológicas e políticas promovendo guerras ideológicas e intelectuais, apenas para mostrar serviço . Direitos? Não, privilégios. Pois ferem justamente os direitos que tanto lutam, hipocritamente, para defender. Paradoxal, não? Neste sentido sim.

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