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Confissão e Cura: aquele que confessa o pecado é curado.

Feliz é aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto pela graça de Deus. Feliz é o ser humano a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito Deus não vê a deliberação da maldade.

Sei disso por experiência própria, pois, enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu incessante bramido interior o dia todo. Silenciei, mas minha alma bramiu. Calei-me, meu espírito, todavia, não cessou de gemer. O silêncio não era a confissão que meu ser demandava fazer. Assim, sentia a Tua mão pesando sobre mim o tempo todo, meu apetite desapareceu, minha alegria de viver desvaneceu, meu humor perdeu o húmus e o chão de minha alma secou como a caatinga.

Até que… Sim! Tu sabes… Abri as comportas do ser, tirei o selo de minha boca e falei a verdade que Tu sabias: confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri! Ah! Quando decidi falar, esperava ser esmagado pela Tua mão. Assim mesmo eu disse a mim mesmo: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões… Que lindo susto tive com a Tua infinita misericórdia, pois, ao invés de me esmagares como a um inconveniente inseto, Tu perdoaste a culpa do meu pecado.

Pecado era, Tu é que me absolveste de toda culpa quando com verdade falei-te o que em mim eu sabia ser verdade, mesmo contra mim. Desse modo Tu conquistas a piedade para o coração daquele que Ti ofendeu ou ao próximo. Pois, sendo Tu cheio de graça, todo aquele é piedoso orará a Ti, a tempo de Te poder achar… Além disso, quando o dilúvio se lhe abater sobre a vida e os rios das correntes do ódio e da destruição vierem sobre ele com o rancor das pororocas ressentidas…sim, quando trasbordarem as muitas águas não cobrirão a sua alma.

Tu és o meu esconderijo. Preservas-me da angústia. De alegres cânticos de livramento me cercas. Assim Te ouço dizer-me: Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão. E ouvindo assim a Tua voz, aprendi que o ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca. Por isto digo a todo aquele que me desejar ouvir: Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós, justificados; e cantai de júbilo, todos vós que tendes o coração lavado pela graça do perdão. Amém!

Fonte: Caio Fábio D’Araújo Filho

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