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Como Jesus abordaria a comunidade gay nos dias de hoje?

Muitos me perguntam como atender e acolher o homossexual em nossas igrejas, como conviver com essa imposição normativa da homossexualidade e como falar a verdade de Jesus sem magoar ou ofender a pessoa do homossexual.

Realmente estamos vivendo um tempo em que isso parece muito complexo e difícil, devido à grande orientação sexual que nos é imposta pela mídia, pela reorientação cultural. Mas não é mais difícil do que no tempo que Jesus habitou, em corpo físico, esta terra.

Respondendo a inúmeras indagações, escrevi um texto baseado em livros e relatos de pastores que realmente entendem que lutamos contra uma ditadura, e não contra as pessoas que são usadas para fortalecer esta ditadura. Demonstro aqui como penso e acredito devemos tratar, no sentido de acolhimento não de doença (que se fique claro), a pessoa do homossexual como sua família. Esse entendimento é para nós que cremos em Jesus e é direcionado para nossa fé.

Primeiro, precisamos representar esse grupo de pessoas que, como as da antiguidade, são desprezadas e humilhadas. Podemos fazer então uma materialização moderna: coletores de impostos, prostitutas, e o próprio Jesus, que foi muito humilhado e tratado com muito preconceito em sua época.

Jesus foi discriminado, desprezado e considerado o pior dos pecadores, juntamente com esse grupo que a sociedade condenava.

Jesus é graça, nos trouxe a paz e decidiu que iria dar atenção especial a essas pessoas, pois sabia que eram elas as que mais precisavam d’Ele. Jesus veio ao mundo para os doentes da alma, e não para os sãos. Ou seja, ele veio para todos nós que sofremos com qualquer tipo de conflito emocional ou psíquico.

Nosso mestre não tinha tolerância com aqueles que não acreditavam que precisavam de um salvador (como os fariseus). Jesus não tolerava pessoas que não eram capazes de enxergar seus próprios erros, ou seja, comportamentos que poderão levar à ruína, podendo prejudicar sua vida espiritual, emocional e física.

Deus cuida de nós e quer nosso bem, ele nos ama e sempre deu atenção àqueles que mais pecaram, sempre dando chances de mudança e lembrando que todos nós somos pecadores.

Jesus passava um bom tempo com os que ele considerava pecadores, jantava com prostitutas e coletores de impostos, sempre estava interagindo com eles e tocava naqueles que eram destruídos pela enfermidade socialmente inaceitável. (Alan Charmbers).

Se quisermos alcançar a comunidade gay para Jesus, devemos seguir seu exemplo: Jesus deixava claro que não concordava com certos comportamentos, porém, tratava com tolerância e amor. Não deixava de pregar e de dizer a verdade; entretanto, expressava sua graça através da verdade da conversão, do que nos espera no reino espiritual e qual será nosso galardão na eternidade. Deus se relacionava com aqueles que não o conheciam, ou estavam perdidos em suas transgressões.

Jesus sempre rompeu barreiras religiosas e culturais, curava enfermos no sábado quando isso era considerado pelos judeus como um “sacrilégio”. Ele ia contra as tradições judaicas. Portanto, estaria Jesus pecando perante Deus?

Cristo sempre sacrificou tradições e sua reputação em prol das vidas que queria influenciar. Falava, amava aqueles que a tradição religiosa ignorava. Na época, chocou e quebrou paradigmas. Ele chocou, inclusive, a igreja estabelecida, por isso zombaram dele e o humilharam.

Seu sofrimento nunca foi pelos justos e sim pelos pecadores, por aqueles que ainda não sabiam que tinham outra oportunidade de vida.

Não estou dizendo com isso que devemos aceitar o pecado. Não, de forma alguma. Jesus não aceitava, porém tratava com amor e defendia o pecador. Ame o pecador, não o pecado. (Rm 6.22)

Devemos olhar o pecador além dele mesmo, através de sua história, antes de apontar qual é sua transgressão. Dê atenção às suas necessidades físicas e emocionais, estabeleça vinculo afetivo.

Jesus oferecia algo melhor que o comportamento que era considerado pecado. O que temos oferecido de melhor para essas pessoas que achamos, pela nossa fé, estarem no erro? O que oferecemos a elas para que queiram abandonar o velho homem? Só acusações?

No poço de Jacó, Cristo disse à mulher que Ele tinha água viva, e ofereceu a ela. (João 4.5-30)

Para a adúltera, lemos que Ele ofereceu a liberdade da condenação. (João 8:3-11)

Após uma prostituta lhe ungir os pés, perdoou seus pecados. Depois de curar, Ele sempre perdoava pecados e oferecia vida eterna. (Lc 7.36-50)

Ele apenas deu sua amizade a Zaqueu, e este percebeu sozinho que precisava de Jesus. O que estamos oferecendo aos homossexuais além de apontar seu pecado? (Lucas 19:1-5).

Você tem permissão de Deus para amar a todos em igualdade ainda que não concorde com eles e com seu comportamento. E pode, sim, deixar isto claro. Mas, como ele vai saber que existe um Deus de amor ao qual ele pode recorrer, se só oferecemos a culpa e o inferno? (Mateus, 22, 34 a 40)

Nossas razões, quando expressamos a verdade bíblica, devem ser puras; ou seja, sem pré-conceito. Devem ser a expressão do verdadeiro amor cristão, pela sua alma e pelo seu bem estar. Muitas vezes temos que fazer essa avaliação sincera de nós mesmos e, se acharmos que temos algo que nos impede de evangelizar com a pureza da graça, devemos tratar esses sentimentos, essas impressões e estas concepções errôneas primeiro.

Gays, muitas vezes, são quase que impossíveis de serem amados, mas cristãos também são, e como são. São arrogantes, petulantes e se acham detentores do poder de Deus. Tem pouca humildade e parecem defensores de Jesus, mesmo sabendo que Deus precisa mesmo é de servos.

Sabemos que temos que lutar pelo que acreditamos. Em uma sociedade relativista, onde o que vale é o prazer, seja ele qual for, podemos sim expressar nossa verdade e do que discordamos. Podemos lutar pelos nossos direitos, isso é fato. Crentes podem, com ordem e conhecimento, ser militantes sociais e políticos, pois sabemos que muitos projetos/ações que são contrários à família estão sendo empurrados “goela abaixo” na sociedade e temos que estar alerta, isso é fato.

Porém, estamos falando aqui de como Jesus nos ensina a tratar e conquistar para Ele pessoas que tem comportamentos que a Bíblia condena.

Devemos falar primeiramente de Jesus, de Seu amor, de Seu sacrifício e de Sua graça, se quisermos conquistar os homossexuais. Mas isso deve ser feito com amor. Sabemos que, como defesa, muitos não vão querer saber e/ou entender, ainda assim devemos oferecer amor e graça. Não com o objetivo final de transformá-los em heterossexuais, e sim em servos de Jesus, e o resto vem como consequência. A mudança que temos que almejar é a de VIDA por intermédio de CRISTO, e deixar que Deus cuide de sua homossexualidade.

Devemos saber que as pessoas não escolheram sentir tais atrações. Podem acreditar, muitos não conseguem se imaginar diferente, isso é fato. Somente o poder da cruz de Cristo, o amor de Cristo, é capaz de transformar qualquer pessoa. Mas não é tarefa fácil, depende de cada um, de sua história, da quantidade de traumas vivenciados, e do querer incondicional, como é para todos nós quando lutamos para abandonar nossos pecados ou algo que entendemos com nossa mente que nos faz mal.

Temos que convencer as pessoas a quererem mudar. Mas não depende de nós, e sim da pessoa em questão. Ela tem que querer, mas como vai querer o amor de Jesus se somente mostrarmos intolerância?

Podemos, sim, evangelizar a comunidade gay. Mas precisamos tratar nossos sentimentos e nossas intenções primeiro. Você está pronto para começar a transformação do homossexual? Então comece por  você, tratando o seu preconceito.

Não é tarefa fácil, mas se recebermos em nossas igrejas os homossexuais e travestis, lésbicas, e os tratarmos como pessoas que merecem respeito,  sem julgamento, se primeiramente oferecermos Jesus, a água da vida, se matarmos a sua sede sem julgamento, apenas acolhendo; se fizermos tudo isso, ainda que ele não queira ficar, você plantou uma semente de amor. E quando essa pessoa sentir-se frustrada desapontada com o mundo que a cerca, com certeza se lembrará de você do amor e carinho com que foi acolhido (a) e voltará para casa do pai. E ao seu tempo aprenderá os princípios, a doutrina e as regras para servir ao nosso Deus. E, se ela assim desejar, a mudança começará a acontecer em sua vida.

Então você, com sabedoria, amor e verdade será o instrumento usado por Deus para transformar mais uma vida. E o céu se alegrará com suas vidas. É o que acredito, mas você tem o direito de discordar, se quiser. Podemos amar as pessoas como elas são, sem apontar os seus defeitos e/ou comportamentos; e ao mesmo tempo, por amar esta pessoa, falar a verdade que salva cura e liberta.

Falo aqui apenas como uma evangelista que acredita no poder do Espírito Santo de Deus, se pregado com amor, sabedoria e muita verdade.

Efésios 6.12: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.

Porque não temos que lutar contra a pessoa do homossexual, mas sim contra a ditadura ideológica de gênero que está maldosamente descontruindo nossa cultura e nossa sociedade.

Em Cristo,

Marisa Lobo

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