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Círculos emocionais: pessoas presas aos problemas devem romper com elas mesmas

Círculos emocionais: pessoas presas aos problemas devem romper com elas mesmas

Foto: reprodução/Tengyart/Unsplash

Hoje quero tratar de um tema de forma bastante pontual, mas de grande importância para muitas pessoas, que é sobre o que podemos chamar de “círculos emocionais”. Na prática, são situações onde quem passa por certos problemas não consegue se livrar deles, voltando constantemente aos velhos hábitos.

A sensação é a de que você caminha em círculos, por isso o nome. Quem sofre com esta situação tem a impressão de que está “preso” às circunstâncias que lhes fazem retornar aos mesmos problemas de sempre, o que termina gerando uma espécie de conflitos emocionais em cadeia.

Mas afinal, porque isso acontece? Como lidar com algo tão marcante e desgastante, capaz de nos prender a situações autodestrutivas por anos, às vezes pelo resto da vida?

Apontando contextos

Seria prepotência da minha parte propor soluções, dizendo que romper com os círculos emocionais é algo fácil, porque na maioria das vezes não é. Além disso, cada indivíduo possui uma experiência de vida diferente, o que torna cada situação única em sua complexidade.

Apontar soluções, portanto, não é o meu objetivo aqui, assim como não seria numa sessão de psicoterapia, mas sim conhecer antes de tudo quais os passos possíveis que devemos dar para conseguir encontrar, nós mesmos, as respostas para as prisões emocionais da vida cotidiana.

A primeira coisa que devemos saber é que problemas não digeridos geram frustrações de médio e longo prazo. Há casos de pessoas que enfrentam, no presente, problemas emocionais que são frutos de traumas ou simples decisões do passado. As vezes não temos consciência disso, até sermos “levados” a esse conhecimento.

A segunda coisa é o fato de que muitas vezes não queremos desapegar das situações de aparente conforto, que na verdade são destrutivas. Um usuário de drogas, por exemplo, as vezes recorre ao entorpecente porque acredita encontrar no efeito alucinógeno uma sensação de segurança e prazer, mesmo ciente de que ela é prejudicial à sua vida.

Semelhantemente, há pessoas que não querem “crescer”, por exemplo, a fim de assumir grandes responsabilidades. Outras não conseguem abrir mão dos próprios defeitos, pois têm neles uma fonte de falsa proteção contra as agressões externas, de ordem emocional, ou de mudanças que possam lhes desafiar o conhecimento.

A terceira coisa que devemos saber, é que o contexto em que vivemos também pode ser escravizador. Há casos de pessoas que não conseguem deixar de andar em círculos com os seus problemas, porque eles simplesmente fazem parte da sua rotina. Ou seja, o círculo é a sua própria vida.

Voltando ao exemplo do usuário de droga, como ele pode querer se libertar da dependência, se vive cercado de amizades que consomem as mesmas substâncias? Ou ainda, como pode uma mulher, vítima da traição constante, querer ser respeitada por um homem sabidamente cafajeste?

Em todos esses casos, o mais importante que temos a saber é que não somos reféns do tempo ou das circunstâncias. Podemos mudar, rompendo com o círculos emocionais a partir do conhecimento de como eles se formaram.

Nunca é tarde para começar essas mudanças e você pode iniciá-las hoje. Acredite, eu sei que a libertação de alguns problemas pode não ser fácil, mas quando há persistência e a decisão de se abrir às mudanças, passar a caminhar em linha reta, e não em círculos, é só uma questão de tempo.

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