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Charlie Hebdo e os fanáticos do Estado Islâmico

Fundado na década de 1960, o jornal parisiense Charlie Hebdo é conhecido internacionalmente pela forma satírica como conduz suas publicações. Além de banqueiros e políticos, o Hebdo satiriza líderes religiosos, como Maomé, Dalai Lama e clérigos da Igreja Católica. O atentado, nesta manhã, é tido como resultado de suas constantes publicações de charges em que ridiculariza o “profeta” Maomé e radicais ligados ao Estado Islâmico (EI).

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Baseado na liberdade de expressão e de imprensa – direito reconhecido de forma unânime em Estados democráticos – o Hebdo produz charges questionáveis do ponto de vista ético e de segurança nacional. A questão, no entanto, com relação ao Hebdo é quais são os limites legais a serem observados por um meio de comunicação? O humor é benigno do ponto de vista social, mas quando se torna recorrente (militante?) gera transtornos conhecidos – a exemplo de atentados.

Isso não significa, porém, que a grande mídia ou mesmo a mídia independente – como parece ser o caso do Charlie Hebdo – deve ser alvo de fanáticos extremistas da Al Qaeda e do Estado Islâmico. O ataque ao escritório do Hebdo é uma clara demonstração de intolerância religiosa, comum aos grupos extremistas islâmicos e, ao mesmo tempo, serve como alerta quanto ao perigo do fanatismo e fundamentalismo religioso. A França é um exemplo de expertise, apesar de alguns erros pontuais.

Houve de fato uma nítida imprudência por parte do Charlie Hebdo e do governo francês. A crítica é importante desde que não coloque em risco cidadãos e profissionais. É preciso ter em mente que toda liberdade de imprensa deve ser acompanhada por prudência. Neste episódio todos erraram: governo, jornal e os fanáticos islâmicos. Como reza o ditado: “quanto mais lenha colocamos em uma fogueira, mais…”. É por isso que a prudência e a dosagem correta são recomendações a serem observadas por quem lida com o grande público, com temas de interesse social e internacional.

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