Querido Pai:
Escrevo-Te umas breves linhas porque sei que sempre me ouves.
Estou preocupado com as igrejas e ainda que tenha procurado manifestar o que me tens falado ao coração, poucos são os que me ouvem porque não falo de mim mesmo, como bem o sabes.
Quando António de Lisboa que também os homens o conhecem como “António de Pádua” viu que os seus sermões eram infrutíferos e isto segundo o lusitano, António Vieira escreveu, pôs-se a pregar aos peixes e como é uma loucura logo os homens prestaram atenção àquilo que ele dizia:
Que os peixes grandes comiam os peixes pequenos e por isso os censurou. Muita outra coisa disse para corrigir a tendência que os grandes e poderosos exercem sobre os pequenos.
Paizinho, aqui no Brasil acontece um fac-símile porque os homens deixaram o mandamento de se amarem uns aos outros e o resultado é que muitos se têm extraviado na fé confiando mais na política da fé do que a fé na política.
Há dias ouvi o Irmão Cardoso testemunhar que procurou um santo homem de Deus para se aconselhar dado que embora tivesse buscado muito conhecimento, o seu coração estava só.
O que o homem de Deus lhe disse foi apontar para o relógio e ele logo entendeu que o que o homem precisava era de passar horas contigo. Estou a escrever-te este testemunho porque respondeste à minha aflição.
“Seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu.”
Fraternalmente,
casal com uma missão,
Amilcar e Isabel Rodrigues