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Bullying virtual e na igreja é mais comum do que se imagina

Bullying é uma violência repetida entre colegas principalmente na escola, em ambiente de trabalho e ou até mesmo na igreja. É um termo utilizado para descrever atos de violência física, psicológica, social e ou espiritual, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo com caráter e personalidade intimidadora. A palavra vem do inglês bully, valentão. Também pode representar grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outras pessoas (ou grupo de pessoas) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma.

Podemos sofrer bullying moral – quando a agressão é contra o status, incluindo calúnias, boatos, fofocas, mentiras e menosprezo; Física – quando consiste em empurrões, beliscões, socos, pontapés ou quando atinge os pertences com depredação, roubo etc.; Emocional – quando causa medo, ansiedade, pavor, tristeza e desânimo através de ameaças, engodos, zombaria, escárnio; Social – consistindo em discriminação, exclusão, racismo, sexismo, classismo; Sexual – quando envolve assédio sexual verbal ou físico, com comentários maliciosos e obscenos, toques e carícias não consentidas, etc.; Espiritual – quando atenta contra a fé, as convicções ou as práticas religiosas.

O perfil de pessoas que costumam sofrer estes ataques são pessoas que se mostram inferiores e externalizam essa incapacidade alimentando o ego doente desses valentões e em decorrência dessa carência afetiva se mostram vulneráveis, dando força para que estes cometam tais atos, também são pessoas “diferentes” da maioria. Alguns exemplos são os homossexuais, gordinhos, os pouco comunicativos, tímidos, etc. São pessoas que demonstram claramente insegurança, medo e necessidade de aceitação.

Os agressores costumam ser os valentões, donos da verdade, personalidades fortes, autoritárias com a necessidade de controlar, são em sua maioria preconceituosos, tem uma preocupação exagerada com sua auto estima, tem em sua maioria desvio de conduta, mas na maioria dos casos são jovens desajustados que tem problemas familiares e por não dar conta desse sofrimento, por não terem repertório de vida para lidarem com suas frustrações, se escondem por detrás dessa figura violenta, como forma de proteção se vingam e humilham na verdade, por que se sentem humilhados ou tem medo de se parecerem com tais pessoas, que consideram como fracos .

Se esse comportamento agressivo não for desafiado na infância, pode haver o risco de se tornar habitual. Há evidência documental que indica que a prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta.

Bullying pode desencadear transtornos para as pessoas que sofrem bullying, pode desencadear transtornos de personalidade gravíssimos, de auto estima rebaixada, medo, fobias, depressão, desânimo, transtornos de ansiedade, síndrome de pânico e até mesmo desencadear surtos psicóticos devido ao alto grau de sofrimento psicológico que causam, dificuldade de concentração, falta de confiança, problemas de relacionamento, ferimentos, tentativas de suicídio, etc. Podendo a vítima do bullying no futuro se tornar uma pessoa violenta com a mesma ou pior intensidade, ou seja, esse violência física, psicológica e social causa danos psicológicos que serão difíceis de serem resignificados. Muitas vezes só o amor da transformação será capaz de devolver a dignidade perdida à essa vítima.

De forma visível presenciamos bullyng em nossas igrejas, quando no ministério de dança por exemplo, as gordinhas são sempre excluídas não porque dançam mal, mas porque estão com sobrepeso. Reparem que as mesmas sempre estão atrás e nunca fazem solo.

Embora os ensinamentos não seja de exclusão, alguns cristãos excluem pessoas com menor poder aquisitivo, ou até mesmo líderes ridicularizam e até exploram aqueles mais tímidos, mais humildes, com menor capacidade intelectual e cultural. Nas horas da honras nunca são lembrados.

Pastores que se vestem diferente ou têm um estilo que não comungam com alguns, acabam sofrendo bullying social, moral e até mesmo sendo ridicularizados e ou deixados de lado. A juventude ridiculariza estilos até de música que não são de seu gosto pessoal, com a desculpa de defenderem o evangelho. Na verdade estão praticando violência psicológica e moral em nome de um poder que dizem exercer aqui na Terra.

Não podemos ser omissos, não devemos punir os agressores e sim dialogar sobre o tema, não fingir que não existem as escolas, empresas, sociedades que têm mais problemas de bullying são as que não exercem seus direitos de disciplinas, sem regras, que não discutem as diferenças e com poucas atividades construtivistas, escolas e ambientes que trabalham mais os valores financeiros egoístas do que os valores éticos morais religiosos e afetivos. Locais onde são discutidos esses valores de forma verdadeira tem menos possibilidade de bullying, pois o respeito tem que ser discutido, aprendido e exercitado.

Bullying Virtual

Bullying virtual é tão prejudicial quanto às agressões na vida real. É um tipo de violência que pode desestabilizar as pessoas, pois muitas vezes não temos como nos defender, não temos a quem recorrer e pode trazer prejuízos morais e psicológicos tão grandes quanto. Ano passado vimos na mídia nacional o caso de uma adolescente que por não ter estrutura psicológica depois de sofrer bullying na internet, cometeu suicídio.

Em nosso meio o bullying virtual é a mais comum forma de assédio moral, vemos pastores cometendo bullying (assédio moral uns nos outros), alguns mexem com a vida até sexual de pastores sem a menor respeito pela privacidade, são detentores da moral e mal sabem que tudo que despendemos muita energia psicológica em desmoralizar, está recheado de conteúdos morais pessoais embutidos. Ou seja no que se refere a área da sexualidade, tão tabu em nossa sociedade, só atacamos o que fazemos ou o que temos desejo de realizar e usamos o nome de defensores da moral e bons costumes, moral e bom costume é o amor e graça de Jesus. E acusar, desmoralizar e ridicularizar não faz parte desse evangelho que aprendemos com Cristo.

A pessoa que sofre bullying e as que agridem, devem passar por algum tipo de tratamento?

As vitimas bem como os agressores devem passar por tratamento psicológico espiritual e às vezes psiquiátricos, pois podem desencadear e ou desenvolver transtornos psicológicos e ou psiquiátricos sérios. Mas o que pode imediatamente resolver o problema do bullying é tomar as providências necessárias em sala e no local onde está acontecendo, enaltecendo o vitimado, promovendo pedidos de desculpas, trabalhando a questão em sala e ou igreja ou trabalho de forma direta natural, com palestras, peças de teatro, filmes discussões em grupos sobre o tema, tentar convencer o agressor de sua conduta negativa e da vítima que sua vida é muito valiosa.

Nossos líderes, pais e professores devem estar sempre atentos ao comportamento de seus jovens, as atitudes dos mesmos com os mais humildes, dar mais atenção às pessoas simples que tem tendência ao afastamento e não aceitar discriminação. É necessário companhar nossos jovens de forma efetiva, porém, sem controle exagerado. Não podemos fechar os olhos para os problemas da juventude que são muitos, devemos incentivar as boas escolhas. É na adolescência que os valores morais são questionados, colocados à prova. Os conflitos, bem como os desvios de conduta, aparecem.  Assim como os transtornos de personalidade são mais evidentes, quando existe fé e monitoramento da igreja de forma amorosa e verdadeira, discutindo, ensinando os jovens a se colocar no lugar do outros, exercitando valores, cidadania e fé em Jesus é mais fácil. Outrora, somos seres humanos e falhos. Carregamos nossa história muitas vezes recheadas de frustrações e sofrimentos que não devem ser deixados de lado ou esquecidos. Pelo contrário, devem serem trabalhos espiritualmente e psicologicamente para que não se tornem comportamentos compulsivos e difíceis de serem removidos.

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