Irmãos Dale e Troy Thompson impressionam com mensagens impactantes, riffs envolventes e vocais poderosos.
Com mais de 20 anos de estrada e mais de 15 álbuns gravados, o Bride é uma das bandas mais conhecidas e tradicionais do meio gospel. Com um estilo bastante eclético, o grupo começou no Heavy Metal, passou pelo Rock tradicional, Hard Rock, Alternativo e hoje (a banda ainda está na ativa) faz uma mistura de todos esses estilos.
Snakes In The Playground é o sexto álbum do Bride, e o segundo com uma pegada Hard Rock. Mas antes de falar do álbum, um pouco de história.
A banda, que começou a carreira focada no Heavy Metal, decidiu mudar os rumos em End of the Age, uma espécie de disco “the best of” que incluía apenas duas novas músicas: Everybody Knows my Name e Same ol’ Sinner. As duas faixas inéditas, que indicavam a mudança para o Hard Rock fizeram sucesso, ficando semanas nas primeiras posições das paradas de rádios cristãs americanas.
O álbum seguinte, Kinetic Faith, era uma mescla de Hard Rock com Rock tradicional e foi o álbum que, apesar de não ser tão bom, colocou o Bride definitivamente no mainstream da música cristã.
O álbum que comento hoje, Snakes, veio em seguida. O que faltou em Kinetic sobrou em Snakes, e assim nasceu o primeiro clássico da banda. Com músicas arrasadoras, vocais poderosos e guitarras empolgantes, o CD foi um sucesso. Ele é considerado como o melhor da banda, pela maioria dos fãs e pela própria banda.
Um elemento clássico do rock é inserir sons durante as músicas para criar climas e contextos, como diálogos, sinos, relógios, pessoas andando, etc. Rattlesnake abre o álbum exatamente dessa maneira, com uma voz proclamando “Jesus is knockin’ on the door of heart today”. O som de um sino vem logo em seguida, e a música surge junto com o som de uma sirene. Simplesmente empolgante!
Would You Die for Me e Psychodelic Super Jesus provavelmente são os dois maiores sucessos da banda. O SOS da Vida de 1993, famoso festival de música cristã que acontece em São Paulo, foi palco da primeira apresentação da banda no Brasil, e o público cantou essas músicas a plenos pulmões.
Dust Through a Fan é detonante, e o vocal de Dale Thompson impressiona pela agressividade e dinâmica. Don’t Use Me e Picture Perfect são boas demais, clássicas! Love Money é empolgante, com um riff de guitarra perfeito e vocais maravilhosos. E, finalmente, Somethings Never Change fecha a sequência com riffs remetem ao Hard Rock setentista. Excelente!
E como todo bom álbum de Hard Rock, Snakes também tem as baladas. I Miss the Rain tem refrão meloso e solo de mandolim, enquanto que a melancólica Goodbye fica na voz e piano.
Não falei tanto de guitarras e vocais à toa. Os irmãos Troy e Dale Thompson, fundadores e únicos membros presentes em todos os álbuns, são o cérebro da banda. Troy não é um guitarrista virtuoso que faz estripulias no instrumento, mas faz uma base poderosa, preenchendo perfeitamente cada música e fazendo a cama perfeita pra voz do irmão. Já o tresloucado Dale é um ser a parte. Esse cara simplesmente se diverte com sua voz, tem muita presença de palco, escreve as letras das músicas e, ainda, aparece com um cabelo diferente a cada novo trabalho (!!!). Certamente a identidade da banda está nesse cara.
Bride é a minha banda preferida, a primeira que eu conheci logo que me converti. Como era fissurado em Hard Rock, foi amor à primeira… audição. Minha mãe e meus vizinhos curtiram muito comigo (involuntariamente, é claro, hehe!). O primeiro CD que comprei deles – logicamente, Snakes in the Playground – era de um amigo. Estava perfeito, impecável (tenho até hoje), e lembro que comprei com uma pilha de moedas que eu tinha. Voltei feliz pra casa com o meu troféu. Coisa de adolescente…