Colunas

Brasil: o papel da Igreja na grandeza do perdão e da humildade no auge das crises

Brasil: o papel da Igreja na grandeza do perdão e da humildade no auge das crises

Foto: reprodução/Rafaela Biazi/Unsplash

O Brasil está vivendo dias difíceis, marcados pela tensão não apenas entre os poderes da República, como também entre os grupos de vertentes político-ideológicas diferentes.

No meio disso tudo está a Igreja de Cristo, a qual como parte da nação não pode se abster da responsabilidade de se posicionar da melhor forma possível.

Esse posicionamento do qual me refiro não diz respeito a lados políticos enquanto Igreja, mas como pertencente a um contexto onde o povo de Deus deve ser instrumento de bênçãos, discernimento, paz e orientação para uma sociedade muitas vezes mergulhada em caos ideológico, independentemente do viés que você defenda.

Isso porque, o objetivo da Igreja de Cristo é a vida plena no Reino de Deus, e esse é o ponto comum que nos une como irmãos, ou pelo menos deveria.

Neste sentido, dois elementos são indispensáveis para que possamos caminhar juntos buscando viabilizar o melhor para o Brasil: o perdão e a humildade.

É no auge das crises pessoais que o perdão e a humildade fazem a diferença para a resolução dos problemas, pois grande parte dos conflitos humanos dizem respeito a saber abdicar um pouco de si mesmo para conseguir enxergar o outro e as suas necessidades.

Quando não fazemos esse exercício de empatia, tendemos a viver dentro de uma bolha querendo que tudo gire em volta do próprio umbigo.

Na vida pública não é diferente. No auge das crises governamentais, todas as autoridades precisam colocar em prática o exercício do perdão e da humildade. Perdoar significa considerar que o outro pode errar assim como você, e que em essência não há nada diferente nele quanto a você à luz do evangelho de Cristo, pois afinal, somos todos igualmente pecadores e carentes da graça imerecida do Senhor.

A humildade, por sua vez, é o recurso-chave para ser capaz de admitir os próprios erros. Quem não admite suas falhas se torna incapaz de aprender e evoluir como ser humano em todos os aspectos da vida.

Na vida pública, todos têm a obrigação de reconhecer quando cometem erros, a fim de que possam corrigir os rumos e atender aos anseios da população.

E quem admite erros e pede perdão, diferente do que muitos podem imaginar no calor da emoção, não está demonstrando fraqueza, mas justamente força.

É isso o que Jesus ensina, por exemplo, na passagem de Mateus 18:21-22, ao dizer que a quantidade de perdão que devemos liberar é “setenta vezes sete”. O Senhor não deu aqui uma lição de matemática, mas de humildade, força e compaixão.

O “setenta vezes sete” é nada mais do que uma força de expressão para sinalizar que não há limites sobre o número de vezes que devemos perdoar. Eis aqui, portanto, a diferença entre os grandes e pequenos governantes.

Entre os maus e bons. Quem guarda a mágoa e busca a vingança não vem de Deus, mas os que perdoam e admitem suas falhas, estes sim refletem o caráter do evangelho.

Que a Igreja de Cristo, portanto, continue clamando a Deus para que o Brasil siga em tempos de paz. Que em vez do caos desejado por alguns como instrumento de poder, tenhamos o perdão e a humildade como características da nossa República, especialmente sobre a vida daqueles que nos governam

Sair da versão mobile