* Por Paulo Teixeira e Rubens Teixeira
Conhecemos vários homossexuais na sociedade e entendemos o sofrimento que estas pessoas passam, seja por conta do preconceito, seja por conta de outras questões psicológicas que incomodam esses cidadãos e cidadãs. Rejeitá-los, oprimi-los ou mesmo atacá-los por conta da sua condição não é justo e nem condizente com os princípios cristãos. Ninguém tem autoridade para tirar o livre-arbítrio de outras pessoas ou mesmo ofendê-las por conta das suas práticas. Para dizer que a Bíblia afirma ser pecado a prática homossexual, não é preciso atacar essas pessoas por conta das escolhas que fizeram ao longo da vida ou pela vida privada que levam.
Conhecemos também alguns ex-homossexuais em igrejas. Alguns disseram ser homossexuais no passado e deixaram esta condição. E outros heterossexuais que se tornaram homossexuais. Essa é a realidade. As igrejas cristãs não costumam atacar as pessoas por sua condição. Nunca vimos um homossexual ser expulso de um templo evangélico ou mesmo ser maltratado por esta condição. O que não quer dizer que nunca tenha acontecido. A realidade é que as igrejas gostam de ajudar àqueles que precisam e aceitam ajuda. Afinal, esse é o mandamento de Jesus: “Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.”. (Mateus 9:12).
Os homossexuais já obtiveram no STF os direitos que queriam – mesmo que tenha sido de uma forma impostora por este tribunal ao avocar, indevidamente, as atribuições do Congresso Nacional, que se calou ante este excesso do outro poder. Os cristãos não foram para a porta do STF e nem do Congresso Nacional para obrigar aquelas instituições a mudarem este quadro. Evidente que uma pessoa adulta faz o que é melhor para si e tem condições de assumir as consequências.
A pastora Damares Alves, assessora parlamentar evangélica, postou em sua página do Facebook, dias atrás, que ativistas pró-ideologia de gênero declararam que: “todos os evangélicos deveriam ser queimados vivos em uma fogueira no Brasil”. Isso representa dizer que esses ativistas (apoiados por muitos membros do governo e setores fortes da mídia), entendem que todos os que são contra as suas propostas danosas à sociedade não merecem apenas serem calados à força, mas devem ser mortos de forma cruel e violenta. Esse é o padrão de ativismo que temos que enfrentar. Será que cordeirinhos nos representam bem neste enfrentamento? Será que aqueles que nos representam têm atuado de maneira firme em nossa defesa, ou têm agido como cordeirinhos?
Segundo o artigo “Ativistas pró-identidade de gênero pregam morte na fogueira para evangélicos durante votação do PNE; Pastora Damares Alves foi agredida”, publicado por Tiago Chagas no Gospelmais:
“Um dos itens que mais preocupam as lideranças evangélicas é o que trata da obrigatoriedade do ensino da ideologia de gênero nas escolas públicas brasileiras. Essa ideologia prevê que os alunos sejam tratados sem distinção de sexo, o que é visto como uma forma de incentivo à homossexualidade”.
Na verdade, alguns ativistas homossexuais e membros do governo que querem impor sua ideologia desagregadora da família, tentam inserir na educação das crianças princípios que vulgarizam a formação moral das próximas gerações, esperando, com isso, que se destruam as bases morais seguidas, especialmente por cristãos, e mude o perfil da nossa sociedade. Para alcançar este objetivo, eles não medem esforços. O Estatuto da Diversidade Sexual é uma grande afronta às famílias, pois, nas entrelinhas, se constitui em um estímulo às crianças se tornarem homossexuais. Na verdade, se uma criança sofrer um assédio sexual e for abusada ela poderá, inclusive, achar normal, pois o assunto sexualidade é introduzido sem a devida participação e proteção da família na sua educação, em um momento em que ela não está preparada fisiologicamente e nem psicologicamente, tendo como amparo uma suposta ação protetora do Estado.
Como estes temas não passam facilmente nas Casas Legislativas por afrontarem a educação que a maioria da sociedade dá a seus filhos, grupos de ativistas homossexuais não medem esforços para tentar destruir a reputação de quem quer que seja que os contrarie. O ocorrido contra a Dra. Damares Alves é a exposição do pensamento totalitário e marginal que muitos desses ativistas têm em relação aos cristãos e demais cidadãos que discordam de suas opiniões e que são implacáveis na defesa das nossas crianças e das próximas gerações. Por conta disso, é muito preocupante a constituição do Congresso Nacional da próxima legislatura.
Só para recordar, o plenário do Senado Federal aprovou, em votação simbólica, o requerimento do senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) para que o PLC 122/2006 fosse apensado ao projeto de reforma do Código Penal (PLS 236/2012), que será examinado na Comissão de Constituição e Justiça e, provavelmente, votado na próxima legislatura. Rubens Teixeira, coautor deste artigo, antecipou em “Alerta aos cristãos em 2014: conteúdo do ‘PLC122’ não foi ‘sepultado’ e unirá tropa defensora de temas anticristãos”, publicado no Gospelmais:
“Esse ‘enterro’ do PLC122 não representa a sua morte, mas sim sua saída de cena para um breve retorno, infiltrado entre outros temas que estão no Congresso Nacional, especialmente o Estatuto da Diversidade Sexual, que traz em seu conteúdo questões muito mais sérias do que o PLC122. Do ponto de vista estratégico, os que se opõem ao seu conteúdo não devem desmobilizar-se, baixando a guarda, mas precisam estar atentos a uma avalanche muito maior que está por vir. Desta vez, com um conjunto maior de temas contrários aos princípios cristãos, citados no primeiro parágrafo deste artigo, que, juntos, levarão vários grupos de interesse a se unirem, formando uma tropa única, para tentar vencer a resistência feita pelos cristãos a vários temas propostos na reforma do Código Penal”.
Por isso, temos que tomar cuidado porque por trás desses interesses que desprezam valores morais, defendidos na reforma do Código Penal, estão interesses mesquinhos e levianos, como de quem deseja descriminalizar o aborto, vulgarizar as crianças para pedofilia, vender drogas, explorar livremente a prostituição e tantas outras aberrações. Precisamos de um Congresso Nacional firme e de reputação ilibada, pois quando há esses debates, os ativistas levantam a vida dos parlamentares e os desmoralizam para que a sociedade se volte contra eles e desacreditem suas decisões. Como esses ativistas recebem uma “autorização indevida” do Estado brasileiro para praticarem esses crimes, como aconteceu no caso da Dra. Damares Alves, sem serem devidamente punidos ou responsabilizados na forma da lei, precisamos tomar cuidado para que não sejamos impedidos de defender nossas opiniões ou mesmo sermos obrigados a acatar silenciosamente a posição dessas pessoas. A verdade é que se não formos firmes, nossas famílias estarão vulnerabilizadas e não se sabe o que será das nossas crianças e gerações futuras.
Observe que, passado esse constrangimento da Dra. Damares Alves, não foram ouvidas vozes à altura em uma defesa política firme e pública desta pastora. As eleições estão aí. Precisamos avaliar quem nos representará e defenderá ou quem fugirá dos debates duros e polêmicos faltando sessões, fazendo acordos ou silenciando-se oportunamente, seja por questões político-partidárias, seja por interesses econômicos. Há muita gente que fala como leão entre cristãos, mas age como cordeirinho na hora do confronto. Vamos ficar de olho.