Yvy Guarani, Janeiro de 2014
A Paz do Eterno!
Amados irmãos mais uma vez o nosso coração se alegra pela oportunidade de estarmos juntos para compartilhar nossas bênçãos e desafios do campo missionário.
O mês de janeiro marca nossa vida missionária. No dia seis de Janeiro de 2002 estivemos na base missionária da SEMIPA para nos tornarmos missionários de base. Não tínhamos salário e contávamos apenas com a ajuda de meu sogro além do nosso primeiro mantenedor que por sinal está até hoje conosco.
Naquela ocasião não tínhamos intenção de alcançar ao campo missionário transcultural, mas sim, ser assistente administrativo já que era essa minha profissão. Eu até brincava com as pessoas e dizia: que era o chamado ou ministério da cadeira. E a Lúcia tomava conta da cantina de SEMIPA na Assembleia de Deus em Águas Claras.
Foi um bom período de aprendizado. Frequentamos o curso médio de missiologia pela Missão Horizontes América Latina e graças a Deus depois de quase dois anos o concluímos sem problema algum. Nesse meio tempo recebi um convite para fazer um curso técnico de enfermagem e graças a Deus fiz todo o curso sem nunca ter ficado em dependência de matéria ou mesmo reprovado em algum módulo, o mesmo ocorrendo no período de estágio.
Nunca me faltou um centavo seja para passagem ou demais despesas. Chegou o dia, então que decidimos buscar um campo carente para assim trabalhar e foi aí que em 2006 conhecemos a cidade de Antônio João (MS), onde pela primeira vez colocamos nossos pés em uma terra indígena que enfrentava uma turbulência política entre indígenas e a justiça e toda aldeia ñanderumarangatu, a qual tinha sido expulsa de suas terras ancestrais e estavam todos acampados as margens da rodovia que liga Antônio João a Bela Vista.
Para nós foi importante conhecer de cara as realidades do campo missionário indígena e em particular no Mato Grosso do Sul onde as maiores injustiças são praticadas com o conhecimento do governo brasileiro. Então no dia oito de Janeiro de 2008 chegamos finalmente à nossa fronteira Paraguai X Brasil. Daí adiante sofremos uma trabalhosa etapa de adaptação.
Entre elas muitas coisas difíceis de compreender, poucos recursos e quase nenhum para aplicação no campo missionário. E dificilmente conseguíamos sustentar as despesas de casa. Durante um ano ficamos somente congregando com um pastor e cooperando com ele até que conseguimos comprar uma moto chinesa no Paraguai.
Nesse período conhecemos o Osiel e a Romélia e então, começamos as visitas à aldeia YvyAtai’i. Naquele período à aldeia estavam sete anos com um trabalho missionário abandonado e muitos tinham voltado às praticas antigas. Entretanto, iniciamos os cultos simples, apresentando o filme Jesus (a versão em guarani) e aos poucos os irmãos se aproximavam de nós. O Osiel e a Romélia foram recebidos pela SEMIPA e assim formamos uma equipe.
Conseguimos através do Pastor Jander Magalhães recursos para compra de uma moto chinesa para o Osiel. Nesse tempo fomos abandonados pela igreja que nos enviou e não nós preocupamos, pois, Deus já tinha colocado em nosso caminho como mantenedores a Igreja Batista do Calvário em Três Rios (RJ) que nos acolheu como membros fornecendo também o suporte pastoral e financeiro. Hoje graças a Deus temos como ferramentas de transporte ainda essa moto chinesa (que está com o Osiel), uma YBR 125 comigo que tem as prestações quitadas pela Assembléia de Deus em Vila Paulina na cidade B.Roxo (RJ). E, agora em dezembro último, conseguimos comprar um carro missionário para a equipe através de diversas ofertas e através da visita de uma igreja da França.
Hoje o Projeto Visão Indígena está com uma igreja plantada na aldeia de YvyAtai’ie desde que começamos já realizamos três batismos sendo o último com 11 novos irmãos e na aldeia de Ymorotî a segunda aldeia alcançada já realizamos um batismo de três novos irmãos e mais três para serem batizados nos próximos meses. Recentemente fazemos assistência de enfermagem aos irmãos e a todos que necessitam e já há algum tempo, a missionária Romélia iniciou o trabalho de alfabetização para algumas crianças na aldeia de Ymorotî.
Primeira visita a uma aldeia, Aldeia ÑanderuMarangatu – Antônio João em 2006
Tudo é difícil, mas, a perseverança e a confiança em um Deus verdadeiro falam mais alto em nossas vidas! Irmãos, esse mês de janeiro também recebemos outra grande bênção. A Jusley, nossa filha mais velha, passou na prova do ENEM e com a quantidade de pontos obtidos ela alcançou uma das três vagas para enfermagem na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de C.Grande – MS).
Como os irmãos sabem será muito difícil para nós sustentá-la na faculdade, mas estamos orando ao Senhor para que ela seja inserida em alguma bolsa ou projeto para assim conseguir manter o curso. Creio que ela nós será útil em breve para o nosso trabalho de assistência de enfermagem, pois será muito gratificante ter uma profissional de nível superior dentro de nossa própria casa. A nossa filha caçula também irá para o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul – Campus Ponta Porã-MS) para fazer o segundo grau em nível técnico e da mesma forma estamos orando ao Senhor para que ela seja incluída em algum projeto e assim ganhe alguma bolsa que custeie pelo menos o pagamento do transporte. Já que no lado do Mato Grosso do Sul os alunos pagam passagem e, além disso, o local onde moramos é mais afastado sendo assim, preferimos pagar uma van estudantil.
Irmãos. Conhecemos casos de filhos de missionários que ao regressarem do campo após dois anos de trabalho se sentem frustrados pelo fato de viver junto com os pais e não encontrar oportunidade para estudar e ainda por terem residido em locais de difícil acesso. Outros por falta de condições financeiras e assim, a obra missionária leva a culpa.
Em vez de termos novos apoiadores, passamos a ter até inimigos no assunto. Mas o Senhor nos concedeu as oportunidades e temos que aproveita-las, pois elas são próprios investimentos no reino de Deus. Inclusive na obra missionária. Vamos orando… E quem sabe criamos daqui a um dois anos uma escola de informática para os indígenas!
Uma melhor assistência de enfermagem!
Está tudo nas mãos de Deus, contamos com as orações de vocês.
Neste mês tivemos também outra alegria, o irmão Roberto e sua esposa Elodia (Aldeia de YvyAtain) participaram pela primeira vez de um curso de capacitação em tempo integral, ficaram por cinco dias na Missão Caiuoá na cidade de Amambai (MS). Foram dias de aproveitamento, integração, conhecimento e sobre tudo aprendizado para evangelismo infantil e adulto. Quero agradecer aos irmãos que enviaram os recursos para essa capacitação e também frisar que isso só foi possível porque já temos o carro missionário, pois, se assim não fosse ficaria mais difícil.
É nosso desejo e também uma necessidade levantar em breve o irmão Roberto e sua esposa como obreiros locais, afim de já encaminhá-los para uma igreja autóctone e nós ficarmos na retaguarda.
Quero pedir para os irmãos que mais uma vez orem pelo Projeto Visão indígena. Precisamos avançar mais, necessitamos estar mais bem estruturados financeiramente. Agora já temos o veículo missionário, porém, dependemos urgente de recursos para mantê-lo! Não é um carro novo é um veiculo já usado o que demanda sempre uma boa manutenção. E, além disso, o custo de combustível é alto. Então por favor, irmãos, nos ajude contribuindo, divulgando e sempre orando por mim e pela Lúcia que é nossa ajudadora em oração incluindo também a vida do Osiel e da Romélia do Eliezer e também do bebê que está para chegar por esses dias.
Estamos ainda no inicio do ano e desde já nos dispomos a todas as igrejas que desejam receber-nos para sua conferência, congresso missionário ou outro evento. Estamos dispostos a informar sobre o Projeto Visão Indígena de perto, palestrando com alguns temas e sobre tudo levando a palavra de Deus. Todas as despesas de passagens daqui a região sudeste ficam em torno de R$600,00 a R$800,00. Caso os irmãos desejem, por favor, entrem em contato conosco e teremos o maior prazer em atendê-los e estar com os irmãos. Até a próxima correspondência!
Primeira visita a uma aldeia, Aldeia ÑanderuMarangatu – Antônio João em 2006 / Irmão Roberto e a irmã Elodia já com os certificados da capacitação na Missão Caiuoá
Queremos mais uma agradecer a todos pelas as ofertas, pois elas são de fundamental importância para o desenvolvimento da obra missionária e posteriormente para a expansão do evangelho aos carentes aos não alcançados.
Carinhosamente em Cristo Jesus,
Em nome de Jesus,
Ricardo e Lúcia
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Aldeia: Yvy Atai’i (terra dura) distante 35 quilômetros do centro comercial – município de Pedro Juan (comunidade Campesina 1º de Mayo)
Investimentos governamentais: Há uma escola básica a um 1 quilometro da aldeia e a 9 quilômetros há um posto de saúde comunitário que funciona três vezes por semana.
Investimento do Projeto Visão indígena: Assistência de saúde e colocação em 8 residências mais a igreja.
Aldeia de Ymoroti (água branca) distante 15 quilômetros da recém-emancipada cidade de Sanja Pitã e distante 33 quilômetros de nossa casa.
Investimentos governamentais: Não há nada na região tratando-se que não fica em área de comunidade campesina e somente vizinha a uma estancia.
Investimento do Projeto Visão: Alfabetização uma vez por semana de uma grupo de crianças e adolescentes e assistência de enfermagem.