Dizer que o Brasil passa por uma crise econômica preocupante não é novidade para ninguém – pelo menos não para quem acompanha os noticiários. Segundo reportagem publicada pela Folha de São Paulo, somente entre janeiro e agosto de 2015 o Brasil perdeu meio milhão de vagas com carteira assinada. Somente em julho foram quase 158 mil cortes de postos de trabalho, sendo o Nordeste a região com maior indíce de perda de empregos formais, seguido pelo Sudeste e Centro-Oeste. A crise, portanto, está levando o Brasil a um profundo colapso econômico e social. No entanto, não devemos nos surpreender dado ao fato de que o capitalismo é caracterizado por ciclos, por períodos de grande crescimento seguido por recessão econômica. Até pelo menos o final do ano de 2014 o Brasil possuia pleno emprego.
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A Europa e os EUA pós-2008 também enfrentaram uma crise econômica gravissíma, com desemprego em massa – apenas recentemente o governo Obama conseguiu reduzir o indíce de desemprego, embora ainda existam bolsões de pobreza e miséria nos EUA. No Brasil, no entanto, as projeções são extremamente pessimistas, com excessão de alguns empreendedores que propõem um novo entendimento da crise. Certamente há motivos para preocupação e pessimismo dado ao fato de que o executivo federal tem se mostrado ineficiente no combate ao desemprego e recessão. Com uma das piores composições congressistas dos últimos 30 anos, o congresso nacional igualmente tem se mostrado parasitário e não é um referencial de honestidade e preocupação com o Brasil. Vive-se um salve-se quem puder após a prisão do senador governista Delcídio do Amaral.
Apesar da inércia dos políticos e seus associados, o poder judiciário e a sociedade tem se mostrado em melhores condições de enfrentar a crise, e isso por meio de uma unidade que ultrapassa as barreiras de classes, de ideologias, de crenças religiosas. A avalanche econômica é um ciclo que envolve redução de consumo, da produção e venda e, consequentemente, redução do quadro de funcionários em indústrias e comércios. Consequentemente o governo, os sindicatos e até mesmo as igrejas são afetados com a diminuição da capacidade de compra e contribuição dos desempregados. É um ciclo que somente é remediado por meio da união da sociedade, seja por meio de uma intervenção direta do governo ou por entidades representativas. Neste sentido, tem sido vital a contribuição de algumas igrejas evangélicas, como a Igreja Batista Lagoinha que, segundo reportagem especial da Folha de SP – Que crise é essa? (28/11/2015) -, divulga vagas de emprego e cursos profissionalizantes durante os cultos do Bom Samaritano, as segundas-feiras.
Além da IBL, em São Paulo a Igreja Batista do Povo promove encontros “para qualificar os fíeis para o mercado de trabalho” (Folha). A Igreja não é uma agência de emprego, mas deve contribuir com a melhoria de vida de seus membros, até porque a própria sobrevivência financeira da Igreja está comprometida dada a redução de dizimistas. Não é pouca coisa: os evangélicos representam 22% dos brasileiros, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um nicho em expansão e que tem sido alvo de interesse de grandes corporações empresariais, como a Rede Globo. Portanto, as lideranças ministeriais têm de se despertar para a importância da saúde financeira de seus membros, contribuindo com a redução da crise econômica brasileira.