Seu I. me mostra onde ficaram alojados dois projéteis após ser alvejado pelos soldados de Assad. I. é pai de nove filhos e não tem permissão para trabalhar. Suas emoções ainda estão muito abaladas. Ele tem ouvido bastante da História do nosso Senhor. Ore por ele e pela família. Muitas são as necessidades, mas a maior é a de salvação. I. está aguardando uma vaga no hospital pois precisa passar por 1 procedimento cirúrgico para a retirada dos projéteis que lhe causam muita dor.
Olá amigos, espero que tudo esteja bem com vocês e com o nosso Brasil. As notícias da terrinha me preocupam. Mas só posso orar para que o Senhor ilumine a caminhada da Igreja Brasileira em meio às crises e ao cenário em que se encontra. Contudo, é bom olharmos para fora de nós mesmos e vermos que há um mundo clamando por socorro. Mundo este que se estende além dos limites das nossas guerras internas e controvérsias midiáticas. Aliás, se desde o início nos preocupássemos com o que é essencial com certeza não nos entristeceríamos ao ver tantos escândalos.
Sigo no atendimento aos refugiados, dia após dia, num ciclo que parece interminável. E enquanto a guerra não para, mais refugiados cruzam a fronteira. São milhares que a cada 24 horas chegam em busca de abrigo, socorro, comida e assistência médica.
Todo dia escuto histórias terríveis. Com o passar do tempo e com a amizade que se firma entre nós, percebo que o trauma da dor e da violência dá lugar as preocupações mais básicas do ser humano. Preocupam-se em como vão alimentar seus filhos e garantir moradia segura. Isso sem falar em escola, roupas e mantimentos básicos.
Sendo assim, o grande desafio emocional que enfrento não chega a ser o cansaço intenso inerente a este tipo de trabalho, mas a tensão de pensar em como garantir o básico às minhas crianças e famílias. Imagens dos pequenos correndo ao meu encontro pedindo por leite e biscoitos, ou dos que ficam dias sem comer são para mim mais marcantes do que as imagens da violência. Como me alegro quando percebo que estão engordando e ganhando força! É assim que estou descobrindo que para mim, a fome chega a ser pior do que a guerra.
Muitos ainda se recuperam de ferimentos do conflito, mas os ferimentos maiores são aqueles que não podemos ver. É verdade que neste contexto, o Senhor está resgatando. Mas não em milhares, nem ao menos centenas. Sinto dizer isso: Isto não é verdade. Aqui se leva tempo. É necessário o discipulado antes que haja decisão.
Nós, obreiros temos trabalhado de forma sensível dentro deste sistema fechado, onde religião é mais do que uma forma de pensar. É ideologia, filosofia de vida, política, práticas sociais, culturais etc. Baseia-se em vingança, rancor, fatalismo e uma angústia profunda. Entretanto, seja encorajado ao saber que o Senhor está agindo. É desejo D’Ele salvar. Por isto estamos aqui.
Mais uma vez agradeço suas orações e seu apoio.