Num dia muito quente de verão jordaniano, carregava alguns mantimentos para mais uma das visitas às famílias dos refugiados. Neste dia em particular estava sozinha. Por alguma razão, Baraka (missionária da equipe) não pode me acompanhar. Talvez por isso, senti a tensão do povo e o todo o stress do trabalho sobre os meus ombros.
No final daquele dia lembro-me de que caminhava sozinha pelas ruas empoeiradas da cidade do deserto. O sol batia quente em minha face. Estava cansada Comecei a chorar. Não olhava para os lados. Nem as bagunceiras crianças nas ruas conseguiram chamar minha atenção. Não me importei com quem me via. Apenas abaixei a cabeça e cruzei as avenidas em busca de transporte. Como nada achei, resolvi fazer todo o percurso a pé.
Como de costume, conversava com Deus enquanto voltava para casa. Mas esta foi a primeira vez que perguntei ao Senhor:
“Senhor, será que eles vão te aceitar? É tão difícil… o que estão passando é tão difícil…Será que vou ver alguns frutos do meu trabalho? Senhor, tem misericórdia”.
Foi quando ouvi aquela voz dentro do meu coração, uma convicção que me fez parar de chorar:
“A igreja neste lugar vai colher os frutos do seu e dos outros missionários neste lugar”.
Neste momento respirei aliviada, porque entendi que o Senhor tinha um propósito muito específico para Sua pequena igreja naquele lugar. Nós, missionários, estávamos labutando dia e noite, noite e dia, todos os dias. É verdade que o desespero do povo angustiava nosso coração. Não tinha como ser insensível. Mas os frutos já estão vindo. Vi isto em minhas famílias. No entanto, o Senhor me disse que Seu plano era para a pequena igreja e toda aquela terra.
E assim o Senhor me consolou.