Vez e outra me deparo com pais preocupados com a resistência dos filhos em ir à Igreja. Sempre que se sentem à vontade, me perguntam o que fazer nesses casos. Como reagir diante de um filho que, além de não querer se envolver com as coisas eclesiásticas, também não demonstra interesse por um relacionamento com Deus?
Essas são questões difíceis em alguns casos, porque envolve um contexto que deve ser compreendido, no qual entra a estrutura familiar, sua visão de mundo e atuação moral junto aos filhos nas diferentes fases da vida.
Em outras palavras, uma coisa é lidar com filhos que pertencem a um lar, por exemplo, onde as figuras do pai e da mãe foram/estão prejudicadas ou mesmo ausentes, e quando fatores alheios a isso interferem na formação educacional dos filhos, enquanto outra é lidar com um contexto familiar mais favorável no sentido de representatividade, autoridade e disciplina.
Tudo isso deve ser somado às diferentes fases de desenvolvimento dos filhos, pois uma coisa é você ensinar a criança “o caminho em que deve andar” (Provérbios 22:1-6) aos 2, 3 ou 5 anos de idade, enquanto outra realidade muito diferente é ter que fazer isso com ela aos 9, 10 ou 11 anos, mais especialmente ainda na adolescência.
De cara, portanto, já podemos entender que não devemos generalizar nas soluções, como se estivéssemos lidando com algo muito simples, pois não estamos lidando com receitas de bolo, ainda mais se considerarmos as dificuldades do mundo atual, onde os pais que desejam fazer o certo são triplamente confrontados por uma agenda cultural perversa e anticristã.
Dito isto, porém, será que não haveria alguma orientação que pudéssemos aplicar em todos ou, pelo menos, na maioria dos casos, tendo em vista que não podemos analisar aqui todas as particularidades nos diferentes contextos? A resposta é sim, e ela se resume basicamente nisso: se os filhos resistem em ir à igreja, leve a Igreja até eles!
O ‘querer’ vem pelo exemplo
Como disse anteriormente, não posso apresentar orientações específicas para todos os casos, tendo em à vista as particularidades. Contudo, se há uma coisa que podemos aplicar de modo geral, é a regra do exemplo.
Isto significa, na prática, que devemos fazer em casa tudo o que fazemos e aprendemos na Igreja, sendo nós mesmos a Igreja em nossa casa. Essa é, por sinal, a essência do que significa ser parte do corpo de Jesus Cristo, daí vem a nossa responsabilidade de executar esta lição, pois mais do que uma orientação psicologicamente cristã, ela é acima de tudo, bíblica!
Nossos filhos estão sempre regulando as suas vidas a partir das experiências familiares. Se você mantém um lar onde Deus está presente, por exemplo, na forma de cultos domésticos, louvores, devocionais e orações, é muito provável que o desejo deles de querer ir à Igreja enquanto corpo eclesiástico seja uma consequência natural.
Isso deve ser aplicado especialmente ao comportamento dos pais, que deve refletir o caráter de Jesus Cristo, pois de nada adianta ser um exímio frequentador de templos, se a Igreja, de fato – o que ela representa à luz da Bíblia – não for traduzida em suas ações cotidianas, na postura com os outros e em seu relacionamento com os próprios filhos.
Conclusão
Vimos que cada contexto exige um tipo de resposta, mas que a maior de todas está no exemplo. Trazer a Igreja para dentro do seu lar é a melhor forma de fazer com que os seus filhos tenham o desejo de ir ao templo e, consequentemente, façam parte da verdadeira Igreja.
Quanto mais cedo você aplicar esse princípio, mais fácil será essa conquista, por isso é vital que os pais entendam e assumam as suas responsabilidades desde o primeiro ano da vida dos filhos, sendo exemplos e levando-os à Igreja. Do contrário, quanto maior for a idade da criança, maior será o seu desafio.