O livro ”Em Busca de Sentido” de Viktor Frankl – é uma obra maravilhosa que descreve muito bem cada aspecto do sofrimento humano no horror de viver num campo de concentração nazista!
Frankl explica que em Auschwitz não havia tempo para: Sexualidade(a libido era apagada pelo extremo sofrimento); nem para assuntos intelectuais e culturais. Mas todos estavam focados em três coisas: Manter-se vivo, política e religião.
O primeiro, como sobreviver dia após dia ao horror dos campos de concentração, não se entregar ao sofrimento que leva ao suicídio; o segundo, sobre a situação militar -, se os exércitos dos aliados iriam salvá-los daquele horror. Alguns eram otimistas, outros caiam num pessimismo mórbido; sobre o terceiro, Viktor Frankl relatou o que viu da seguinte forma:
” O interesse religioso dos prisioneiros, na medida em que surgia, era o mais ardente que se possa imaginar. Não era sem certo abalo que os prisioneiros recém-chegados se surpreendiam pela vitalidade e profundidade do sentimento religioso. O mais impressionante neste sentido, devem ter sido as reações aos cultos improvisados, no canto de algum barracão ou num vagão de gado escuro e fechado, no qual éramos trazidos de volta após o trabalho em uma obra mais distante, cansados, famintos e passando frio em nossos trapos molhados”.
Enquanto as vertentes modernas da psicoterapia e da psicologia psicanalítica buscam o bem-estar humano a todo custo, a logoterapia frankliana rebatia com força e dinamismo afirmando que o sofrimento é importante na jornada do sentido da vida. É preciso lidar com as derrotas, com os conflitos que trazem tristeza e dor. Elas fazem parte do arcabouço da jornada da vida. Aceitar a perda não significa se conformar nela; viver a derrota, não é fazer morada nela. Temos uma grande responsabilidade para com Eu e com o Tu, nossas relações. A jornada da vida precisa seguir, bola em jogo!
Quando o genial Viktor Frankl trata o tema responsabilidade, é brilhante. Se nas relações humanas você decide ficar preso ao passado, aceita alimentar o monstro da amargura, em círculos morrerá! É preciso seguir em frente, romper esta prisão, e Frankl diz:
”O ser humano é um ser que faz decisões”.
Então devemos parar de achar os culpados, é inaceitável o comportamento da criança birrenta que com choros e gritos deseja aquele brinquedo proibido. E Viktor Emil Frankl segue dizendo:
”Quando não somos mais capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos”.
Sim, exato! Somos chamados para mudar a trajetória da nossa jornada e esperar o momento certo, o contexto alvo. Mas para isso é preciso refletir sobre nossas ações, elas dizem muito sobre quem somos e como nos comportamos nas situações que trazem perdas ou derrotas pessoais.
A vida não é um parquinho onde são somente momentos festivos. Nem sempre os sonhos, desejos e projetos serão realizados! É isso caro leitor, na jornada da vida que se encontra a beleza da história. São os esforços na luta para sairmos do caos provocado pelas derrotas É no sofrimento que se forja a consciência madura, o sentido de jornada e a vivência saudável de ser feliz. Se entregar a tristeza sombria é sentença de morte.
As tempestades que provocam desabamento, a piora do caráter podem levar o individuo a obstinação do conformismo ou do totalitarismo. É importante exemplificar a questão:
‘’O comportamento vil como do viciado em jogos que perdendo tudo, ainda aposta sua roupa na intenção da última cartada trazer êxito’’.
O ser humano rebaixa a sua condição no simples fato de não aceitar e passa a viver uma vida ‘’subHumana’’ com o rancor e obstinação, se recusando a ver sentido na perda, a síndrome de criança birrenta! Um comportamento circular, destrutivo que vai produzir nele uma neurose que chama uma profunda depressão.
O cristão não está livre deste comportamento, mas tem um fator que lhe traz bastante vantagem para sair das tempestades e seguir em frente, Deus! Viktor Frankl era um judeu temente a Deus, e foi ouvindo uma musica cristã de uma Igreja que decidiu não abandonar seus pais na Áustria para fugir do nazismo. Ele disse que aquela música iluminou sua decisão que foi proteger seus pais e encarar a humilhação e o sofrimento por amor aos seus. Passou por quatro campos de concentração, viu seus pais morrerem, perdeu sua esposa que estava grávida, todo dia encarava a fila da morte. Nada disso foi bastante para matar seu espírito, sua crença em Deus e sua jornada neste mundo.
Querido leitor, compre este livro, leia, devore. Leitura obrigatória.