Creio que todos concordam que Israel foi a única nação da terra em toda a História a receber uma revelação e uma promessa tão direta, vinda do próprio Deus. Esta nação foi engradecida e recebeu toda sorte de benção porque dela nasceria o Salvador, porque sobre ela existia um “chamado” grandioso de ser benção para todas as nações da terra.
Mesmo com todos os sinais, milagres, maravilhas, profetas enviados pelo Eterno e toda a glória revelada, Israel mostrou toda a rejeição, desobediência e arrogância que uma nação poderia demonstrar contra Deus.
Sabemos que os planos do Senhor não foram frustrados e que a salvação chegou a todas as gentes. Este era o plano redentor que se cumpriu na pessoa de Cristo, mesmo com a desobediência do “Povo de Deus”.
Mesmo sabendo dessa história é sempre interessante perceber o quanto a Igreja Brasileira insiste em tomar para si as promessas já cumpridas do Velho Testamento que em muitos casos referem-se a Jesus. É imaturidade, é ignorância. Mas a cada congresso, a cada ato profético, a cada convocação, milhares de recursos humanos e financeiros são movimentados para que a última nova declaração de Cristo sobre a Igreja Brasileira seja liberada. Outro dia soube de um famoso pastor mineiro que tentou fazer um jejum de 40 dias para descobrir o que Deus quer do Brasil. Sua igreja é imensa, famosa e conhecida por cada palavra profética liberada anualmente para a nação. Do lado de cá da telinha, contudo, não há muita novidade. Aliás, este ano da “restituição” já é velho conhecido nosso. Mas acho que já falei sobre isso antes.
Famosos profetas internacionais são as estrelas dos eventos. Quando não podem vir, suas mensagens são reverberadas pelos produtos nacionais, digo, profetas da casa mesmo.
Se Israel que era “Israel” falhou, por que com o Brasil seria diferente?
Mania de grandeza, megalomania, histeria e em alguns casos uma leve forma de esquizofrenia. É isso que atinge o Brasil e a grande parte dos seus maiores ministérios. É tanta ambição “espiritual” que mal sobra espaço na programação evangélica da televisão para o mais simples.
Somos os escolhidos? Somos os chamados de toda a terra? Toda a responsabilidade recai sobre nós? Por quê? Somos especiais? Somos a grande nação do avivamento? Somos isso? Somos aquilo? Seremos o celeiro mundial? Seremos exaltados? Vamos conquistar a terra? Gravar DVD’s internacionais? Conquistar, conquistar, conquistar? Será que é assim que as outras nações nos enxergam? E será que podemos tomar para nós todos esses adjetivos sem conhecer o que Deus está fazendo ao redor da terra? Você já viu o legado escandaloso que a Igreja Brasileira vai deixar para as próximas gerações?
O que Deus quer do Brasil?
Não precisamos ir muito longe para saber o que Deus quer do Brasil. Nem precisa subir ao monte. É só abrir a Palavra de Deus revelada nas Escrituras. Podemos começar com o arrependimento, prática da justiça (dentro e fora da “Igreja”) e retorno ao amor fraternal.
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Não seremos maiores, não seremos melhores. Não somos maiores e nem somos melhores (estamos longe disso). Sinto muito, mas trabalho com líderes de todas as nações da terra e posso afirmar que não somos a nação do avivamento (de acordo com os princípios bíblicos).
Enquanto nos deixarmos ser enganados ou saciados pela mensagem mística e alimentadora de emoções efêmeras, não conseguiremos nem cumprir a parte que nos é devida.
Vaidade das vaidades… Isso aí é só vaidade…